Neste domingo (10 de maio), o Porto chegará a mais um título do campeonato português – título mais do que anunciado ao longo da segunda metade do torneio. Será o segundo tetracampeonato da história (o outro ocorreu na década de 1990 e foi seguido por um pentacampeonato). Após um começo titubeante no ano passado, em que a equipe precisou gerir a saída de três importantes peças (Quaresma, Bosingwa e Paulo Assunção) no esquema da temporada 2007/2008, os Dragões mais uma vez se impuseram numa liga em que fica cada vez mais difícil encontrar concorrentes à altura.
O Benfica prometia ser esse concorrente até a virada do ano. O clube da Luz chegou a liderar o campeonato e ameaçava voltar ao período de glórias. A eliminação precoce na Taça Uefa, na fase de grupos, deixou marcas até agora. O time não conseguiu manter um padrão de jogo e vem colecionando percalços desde então. O Sporting, que também iniciou mal a temporada, chegou a esboçar uma reação. Mas eliminação patética diante do Bayern de Munique nas oitavas-de-final da Liga dos Campeões (duas derrotas por 5 a 0 e 7 a 1) também colocou a nu as fragilidades da equipe comandada por Paulo Bento.
A situação do Porto neste final de semana é tão tranqüila que a equipe pode sagrar-se campeã já no sábado, desde que o Sporting não vença a partida contra o Vitória de Setúbal, em Alvalade. Com seis pontos de vantagem e faltando apenas três rodadas, o clube das Antas se beneficia do primeiro critério de desempate (confronto direto) caso termine empatado com os Leões. Ao Sporting, resta sacramentar o segundo lugar e garantir vaga na pré-eliminatória da próxima Liga dos Campeões.
Maior referência do futebol português na última década, o Porto deveria torcer para que o nível de disputa interno tivesse maior competitividade. Com sparrings melhores no âmbito local, o clube teria mais condições de lutar com os colossos europeus nas competições continentais. Sempre que precisa disputar vaga com equipes do porte do Manchester United, o clube se ressente de maior treino na liga doméstica. Mesmo assim, a temporada se encerra de forma proveitosa para os Dragões: uma campanha louvável na Liga dos Campeões, um título nacional e a ainda possibilidade de vencer a Taça de Portugal.
Maio promete emoções no acesso e no descenso
Na luta contra o rebaixamento, o Belenenses – tradicional clube lisboeta e único ao lado do Boavista a furar o domínio dos três grandes sagrando-se campeão português – terá muitas dificuldades para manter-se na primeira divisão. A equipe do Restelo é lanterna, com 21 pontos. Para obter a salvação, terá que lutar contra Rio Ave (24 pontos), Vitória de Setúbal (25) e Naval (27). O Trofense também deverá cair para a segundona, em função de seus compromissos futuros (Benfica e Porto).
Já na briga pelas vagas continentais, o Benfica não deve ameaçar o Sporting no segundo lugar. A inconstância benfiquista é de tal ordem que até o terceiro lugar pode ficar em risco. A derrota para o Nacional na rodada passada mostrou mais uma vez a falta de “anima” benfiquista: um time desentrosado, sem liderança em campo, com um ataque pouco eficiente e uma defesa vulnerável. Sorte do Sporting, que terá mais tranqüilidade para ficar com o segundo lugar. Resta saber do que serão capazes os Leões caso disputem a LC na próxima temporada.
Por último, chamam as atenções a briga pelo acesso na segunda divisão. Na última rodada, o União de Leiria goleou o líder Olhanense por 5 a 1. O vice-líder Santa Clara apenas empatou em casa com o Desportivo das Aves. Agora, Olhanense e Santa Clara têm 49 pontos e enfrentam-se no domingo. Tirarão pontos um do outro. O Leiria pode aproveitar-se disso e até assumir a ponta. Com 48 pontos, a equipe leiriense enfrenta o Oliveirense, atualmente vice-lanterna da competição (portanto, ameaçado de rebaixamento) e acusado de ser o clube protegido pelo presidenta da Liga Portuguesa, Hermínio Loureiro. Como se vê, o final de temporada está longe de parecer monótono em Portugal.
By Zeca Marques - In Trivela.com
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