Queiroz fez uso de seu prestígio junto a Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, para assumir a seleção nacional no lugar de Luiz Felipe Scolari após a Eurocopa de 2008. Pegou uma equipe envelhecida em alguns setores e submetida a um processo de renovação forçado após o fim da Copa da Alemanha, em 2006, quando Figo e Pauleta se aposentaram da seleção. O problema é que o atual treinador ainda não conseguiu dar um padrão de jogo à equipe, nem resolver o problema crônico da falta de liderança em campo, a partir do vácuo surgido com a saída de Figo.
Nos últimos jogos, Portugal tem feito apresentações burocráticas, sem brilho e sem eficiência. Não adianta dizer que a equipe teve 65% de posse de bola, ou que finalizou 15 vezes, contra duas do adversário. Importa verificar que o meio-de-campo perdeu a consistência da Era Felipão e que o ataque (problema atávico dos portugueses) vem decepcionando continuamente. As opções de Queiroz em um e em outro setor também são discutíveis, e parece claro que Tiago e Dani – só para citar dois nomes preferidos pelo treinador – não têm estofo para representar algum tipo de solução para a equipe.
O único ponto positivo do reinado de Queiroz até agora é a defesa: em cinco partidas das eliminatórias, Portugal sofreu gols em apenas uma delas. O problema é que foram logo três gols diante da Dinamarca, em Lisboa, na derrota por 3 a 2. Outro desafio para o treinador: fazer com que Cristiano Ronaldo tenha na seleção um rendimento próximo ao que ele apresenta no Manchester United. Depois de fracassar com Portugal nas eliminatórias da Copa de 1994, Queiroz corre o risco de repetir o fiasco para a Copa de 2010. Parafraseando o “mister”, eu não gostava de estar na posição dele...
In "Trivela.com"
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