As contas do Mundial |
Cidade de Tirana, sábado, 6 de junho de 2009: Albânia e Portugal vão empatando por 1 a 1 e a partida aproxima-se de seu final. O time da casa, já sem possibilidades de classificar-se para a Copa do Mundo de 2010, atua com uma vontade incomum para quem apenas cumpre tabela. A torcida albanesa vibra como se sua seleção estivesse prestes a conquistar a Eurocopa. Do outro lado, os portugueses sabem que apenas uma vitória mantém o time com chances de chegar ao Mundial da África do Sul. Mesmo assim, atuam com apatia e demonstram uma incompetência preocupante para chegar ao ataque.
O gol milagroso anotado por Bruno Alves aos 48 minutos do segundo tempo, num desencontro de marcação da defesa da Albânia, permitiu a Portugal refazer as contas no Grupo 1 das eliminatórias européias. Com nove pontos em seis partidas, os Tugas ocupam apenas a terceira colocação da chave ao lado da Suécia. Hungria, com 13 pontos, e Dinamarca, com 16, seguem na frente. O grande desafio dos portugueses é conseguir marcar pontos nas duas próximas rodadas do Grupo, quando enfrentarão fora de casa o líder (Dinamarca, a 5 de setembro) e o vice-líder (Hungria, a 9 de setembro).
Se depender do futebol mostrado até agora, o time treinado por Carlos Queiroz dificilmente conseguirá superar o desafio que lhe é imposto. Quatro dias após a sofrida vitória sobre a Albânia, os Tugas realizaram amistoso com a Estônia e voltaram a fazer uma exibição sofrível. Certo está que o time jogou desfalcado de Cristiano Ronaldo, Deco e Simão Sabrosa (dispensados pela comissão técnica); mesmo assim, é difícil aceitar a incapacidade de Queiroz em dar um padrão de jogo ao time que dirige há dez meses.
É difícil compreender por que o treinador insiste em manter Pepe como volante, se o jogador sequer atua nessa posição em seu clube atual, o Real Madrid. É difícil compreender por que o treinador insiste em manter apenas um atacante (o limitado Hugo Almeida), quando se sabe que a equipe precisa anotar gols para vencer as partidas que disputa. É difícil compreender por que o treinador insiste em escalar o sofrível Duda na lateral-esquerda. É difícil compreender como é que Portugal tem dificuldades para vencer uma seleção como a Albânia (o jogo disputado em casa acabou em 0 a 0, em outubro do ano passado). A vitória por 2 a 1 do último sábado apenas adiou a agonia de uma equipe sem alma e sem padrão de jogo.
As eleições do Benfica
O presidente do Benfica, Luís Felipe Vieira, renunciou ao cargo a fim de antecipar as eleições no clube. A manobra teve como objetivo dificultar as articulações da oposição, já que o prazo para submissão de candidaturas ficou reduzidíssimo. É provável que Vieira seja reeleito, o que dará continuidade ao projeto de Rui Costa como diretor de futebol do clube.
Tudo isso não apaga, porém, a luta pelo poder no Benfica. Talvez resida aí a explicação para o insucesso desportivo dos encarnados nos últimos anos.
In "Trivela.com"
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