Um Coerver que mudou o mundo
Método do "Einstein do Futebol" chega a todos os Continentes
A equipa de Sub-13 do Futebol Clube do Porto é uma das mais espectaculares da formação portuguesa. Para além dos resultados obtidos, os elementos desta equipa dispõem de uma panóplia de atributos técnicos que lhes permitem obter rápidas soluções para fazer face às dificuldades do jogo, isto mesmo em posições do terreno em que supostamente não é requerida tanta capacidade técnica, caso dos centrais.
Obra do acaso? Pepijn Lijnders chegou ao F.C.Porto em 2007, oriundo do PSV. O holandês é o técnico da equipa de Infantis A, acompanhando também todas as restantes equipas dos escalões de formação. Lijnders é um especialista no "Método Coerver" e, nos dragões, pode trabalhar os jogadores na chamada "Idade de Ouro", ou seja, dos 7 aos 14 anos. "A Idade de Ouro é aquela em que o desenvolvimento é mais importante que as vitórias. Só precisamos que os treinadores entendam este aspecto", sublinha Alfred Galustian, Director Internacional da Coerver Coaching.
O método propõe dotar os atletas de condições técnicas ilimitadas para que, no futuro, possam ter mais argumentos para ultrapassar as situações difíceis. Implica, assim, a criação de mecanizações e de automatismos a partir da repetição de exercícios com base num esquema de pirâmide assente em seis patamares: domínio de bola, recepção e passe, movimentos 1x1, velocidade, finalização e, no topo, o ataque colectivo.
O "Coerver" já se espalhou pela formação mundial. Além dos dragões, Barcelona e Manchester United são outros dos grandes europeus que utilizam o método nos seus escalões de formação. Porém, de que forma é que pode ser utilizado em escalões de competição? "Pode ser utilizado como complemento ao treino, incidindo mais no aspecto ofensivo. No Coerver não se fala nos processos de transição ataque - defesa, por exemplo, que são fundamentais na abordagem ao jogo" esclarece Gonçalo Silva, Treinador de Futebol Nível II.
Criado na década de setenta, o "Coerver" ofereceu ao futebol mundial o seu primeiro grande "produto" no Mundial de 1998, com Boudewijn Zenden. Seguiram-se, depois do ex- jogador do Barcelona, nomes como Arjen Robben e Ryan Babel. Todavia, não é só da Holanda que surgem os maiores exemplos. Harry Kewell desenvolveu o seu jogo através do "Coerver" desde os seus 11 anos e o próprio considera o método fundamental para se ter tornado o jogador australiano mais representativo de sempre.
Em Portugal, o método ficou sobretudo conhecido em 2006, na sequência da passagem de Chris Kronshort pelo F.C.Porto. Contratado por indicação de Co Adriaanse, o holandês viria a ficar pouco tempo em Portugal.
Quem foi Wiel Coerver?
O técnico holandês saltou para a ribalta do futebol mundial após ter ganho a Taça Uefa com o Feyenoord em 1974. Como treinador destacou-se ainda ao serviço do Roda, do NEC, do Sparta de Roterdão e do Go Ahead Eagles. Pelo meio, foi ainda seleccionador da Indonésia. Criou o método a partir do visionamento de jogos de Pelé e Garrincha.
O exemplo japonês
O "Coerver Coaching" tem feito um trabalho profundo no futebol de formação japonês nos últimos quatro anos. Como resultado, são 33 os jogadores que hoje militam na J- League. Com muita reputação na Ásia (Coerver foi seleccionador da Indonésia), o método está também a ser implementado no futebol chinês. Também nos Estados Unidos tem uma grande adesão.
Texto: Gil Nunes in Academia de Talentos
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Muito bom o artigo, Parabéns.
É de facto (mais) um grande artigo de Gil Nunes, aqui ficam também os meus parabéns.
"Pode ser utilizado como complemento ao treino, incidindo mais no aspecto ofensivo. No Coerver não se fala nos processos de transição ataque - defesa, por exemplo, que são fundamentais na abordagem ao jogo" esclarece Gonçalo Silva, Treinador de Futebol Nível II.
-Único aspecto negativo é este comentário... quem disse que não foca o aspecto das transições??? Porquê este comentário???