Benfica e F.C.Porto com argumentos diferentes. Vitória de Guimarães também tem uma palavra a dizer.

Não há dúvidas. O Sporting é o grande favorito à conquista do título nacional de juvenis. Para já tudo começa no ataque, onde os leões possuem dois extremos à boa medida de uma escola que já viu nascer Cristiano Ronaldo Simão Sabrosa, Paulo Futre e Ricardo Quaresma. Altair Júnior veio do Brasil, Ricardo Esgaio da Nazaré, e ambos podem ganhar jogos de um momento para o outro; na construção de jogo surge Mateus Fonseca, um número 10 que actua sempre de cabeça levantada; no ataque Betinho é sinónimo de golo; mais atrás Rodolfo Simões e João Mário Eduardo garantem a solidez da equipa, com este último a ser considerado por muitos como uma futura referência da equipa sénior.

Argumentos mais do que suficientes para o técnico Luís Dias estar optimista, até porque este conjunto de jogadores venceu o nacional de iniciados há dois anos. É, por certo, uma das melhores equipas da formação portuguesa, que até se deu ao luxo de dispensar entre outros Hugo Airosa, um médio "todo-o- terreno" de capacidade incontestável, o polivalente esquerdino Afonso Figueiredo e o defesa Thomas Ravera.

Mais atrás surge um Benfica comandado por Bruno Lage e a sua grande estrela Diego Lopes. O jogador brasileiro, melhor jogador do campeonato de iniciados da última temporada, foi chamado a discutir o jogo decisivo da temporada passada frente ao campeão F.C. Porto e deu espectáculo. O ataque é um dos pontos fortes dos encarnados. Pelas alas os "Silvas", Sancidino e Rui, acrescentam respectivamente velocidade e técnica apurada. Na frente, Bakari é sinónimo de golo. Mais atrás Pedro Almeida, titular na última fase da temporada passada terá a seu cuidado a lateral direita.

O grande trunfo do F.C.Porto prende-se com a competitividade adquirida no Padroense. João Brandão deixa trabalho feito e evolução garantida de jogadores fundamentais da equipa, como o são o caso do extremo Ricardo Catarino ou do centrocampista Tozé. Mas o jogo constrói-se com uma base de miolo composta por Paulo Jorge e Alves, reforçada mais atrás com uma dupla de centrais ao bom estilo dos dragões: André Teixeira e Tiago Ferreira. Pedro Emanuel, na sua época de estreia, terá ao seu dispor uma das contratações mais mediáticas da temporada: o sueco Ricardo Grey é visto como uma grande promessa internacional e, por certo, será um dos trunfos dos portistas na presente temporada.

Para finalizar, o Vitória de Guimarães não pode ser deixado de fora do lote de favoritos. Há dois anos, os vitorianos só deixaram fugir o título a duas jornadas do fim quando perderam com o Sporting. Na baliza André Pereira é um dos melhores guarda-redes nacionais. Mas não é a única referência da equipa. O extremo Luís Rocha e o centrocampista João Pedro são também nomes a ter em conta.

Ao demais, o Padroense é sempre uma equipa que pode causar sensação. Em reconstrução devido à titubeante temporada passada, o técnico Rui Gomes é o timoneiro de uma nova etapa em que o talento existe mas a organização ainda é deficitária. Bernardo Pessoa, Eduardo Júnior, Luís Costa e Gonçalo Paciência garantem a viabilidade da linha ofensiva. O grande desafio do novo técnico será o de criar um miolo capaz, depois de na temporada passada ter sido a principal pecha da equipa, sobretudo pela abundância, neste sector, de jogadores de características semelhantes.

Sporting de Braga, Belenenses e Leixões são também equipas a ter em conta. Apesar de não estarem agrupadas no lote de favoritos, o que é certo é que podem roubar pontos decisivos nas contas de apuramento ou de finais. Todavia, em suma, se me pedissem uma aposta eu jogaria na carta "verde-e-branca" sem grandes hesitações.

Selecção Nacional:

Matéria-Prima abunda

Rui Bento, seleccionador nacional de Sub-17, tem ao seu dispor uma equipa extremamente criativa e completa. A fasquia é das mais elevadas da formação, até pela qualidade dos jogadores a nível individual. O grande desafio do novo seleccionador será o de transformar todo o talento dos jogadores numa equipa compacta e competitiva.

Texto: Gil Nunes - In: Academia de Talentos.