Benfica é favorito mas F.C.Porto e Sporting têm uma palavra a dizer

Patrick Greveraars já provou que sabe formar jogadores. Resta saber se também consegue ganhar títulos. Tendo utilizado um número muito significativo de jogadores de primeiro ano na época passada, o F.C.Porto é uma equipa mais experiente, reforçada com elementos chave da formação que se sagrou campeã nacional de juvenis. A grande questão prende-se também com a definição da estratégia a implementar, especialmente a ofensiva: sem Diogo Viana e Jorge Chula no plantel fica a dúvida se os dragões vão insistir na procura constante do 1x1. No panorama da equipa fica a ideia que as soluções existem e que o futebol ofensivo pode ser menos criativo mas mais móvel. Neste aspecto, Rui Caetano e André Claro são elementos decisivos.

Diamantino Miranda assume a liderança de uma equipa construída e talhada para os bons resultados. À partida o Benfica parece o mais forte candidato, fruto da espinha dorsal edificada no ano passado por João Alves: Roderick Miranda como patrão da linha defensiva, bem auxiliado por Mário Rui; Danilo Pereira, Lassana Camará e Domingos Silveiro "Adul" com automatismos criados no miolo; o imprevisível Nélson Oliveira como referência ofensiva. A estes juntam-se nomes da equipa de juvenis, surgindo na linha da frente o central Vinicius Silva e o criativo Ruben Pinto. A dúvida, assim, parece ser de ideologia: ou Diamantino assume os princípios de Alves ou rompe, impondo desde logo as suas ideias. A primeira solução parece a mais sensata.

Do lado leonino antevê-se uma equipa mais musculada, um pouco em contraste com o que costuma ser apanágio para os lados de Alcochete. A linha defensiva parece garantir solidez, com Nuno Reis em particular evidência e outro nome que promete ser decisivo é o do dinâmico e incansável lateral direito Cédric Soares. No miolo Renato Neto é um elemento fundamental pela sua disponibilidade física e capacidade de ganhar bolas altas. Na frente de ataque os "Leões" poderão contar com o possante avançado Amido Baldé. Um dos pontos fortes da formação leonina é a sua "fornada" de juvenis, com William Carvalho e João Figueiredo a terem boas hipóteses de vingarem já este ano.

Tal como no escalão sénior, o defeso é alvo de discussão pertinente e, na temporada que agora se abre, saliência para o F.C.Porto e as suas duas contratações estrangeiras: Benkemir e Coulibaly. O primeiro é tido como um jogador precioso na construção da dinâmica ofensiva, podendo ajustar-se à posição de ala quando necessário. Já o senegalês Coulibaly impressiona pela estampa física, tendo como principal adversário Alexander Jakubov. O checo, contratação sonante da pretérita temporada, mostrou um potencial enorme com resultados práticos, porém, ainda aquém dos desejados.

É claro que um campeonato não se faz apenas com três equipas e os "outsiders" podem aparecer a qualquer altura. Com uma equipa muito cerebral o Belenenses por certo não defraudará os seus adeptos. Do lado nortenho Braga e Académica de Coimbra, com bons plantéis, são fortes candidatos a um lugar na fase final.

Antes das hostilidades se abrirem espera-se também que o campeonato possa ir até ao final. Mais do que a má imagem que transmitiu, os incidentes de Alcochete colocaram em causa o esforço de jovens futebolistas, que viram terminar a meio uma história que escreveram ao longo de um ano. Infelizmente a violência também faz parte do futebol, sobretudo daqueles que menos percebem.

Selecção Nacional Sub-19

"Os versáteis"

O seleccionador nacional Ilídio Vale tem ao seu dispor um naipe de jogadores extremamente interessante, sobretudo ao nível da sua versatilidade. Este escalão é fértil em jogadores que conseguem ocupar várias posições no terreno, permitindo à equipa desenhar situações distintas ao longo de todo o jogo. Além dos jogadores do três grandes, Ilídio Vale pode contar, a um mesmo nível, com jogadores como Filipe Paiva, Pelé, Januário Jesus ou Tiago Gomes.

Texto: Gil Nunes - In: Academia de Talentos