Tivemos um Twente muito defensivo, organizado e objectivo contra um Sporting desleixado, com pouca imaginação e com alguns princípios de jogo muito danificados, ainda bem que o árbitro deu 5 minutos de desconto!
Stoch e Ruiz são, certamente, dois extremos rapidíssimos, explosivos, tecnicistas e ainda muito jovens. O 2º gosta de aparecer muito na área adversária para finalizar ou então para arrastar marcações, deixando N’Kufo com mais espaço de manobra! Stam, defesa-direito, esteve sempre muito atento a Yannick Djaló e não lhe deu espaços, nem mesmo quando André Marques subia e lhe dava mais segurança para explodir, mas também o principal problema é o facto dos jogadores do Sporting não terem frescura física suficiente para desequilibrarem em condução, explodindo em velocidade…
O Sporting passou esta eliminatória, mas na verdade, durante todo o jogo, não conseguiu mostrar processos organizados, não conseguiu criar espaços na autêntica muralha holandesa, talvez porque se calhar ainda não existem as condições físicas e emocionais ideais que lhes permitam uma enorme mobilidade e uma capacidade para criarem espaços de forma inteligente e criativa para assim criarem desequilíbrios e baralharem as marcações adversárias! O marcador do golo do Twente, Douglas, é mau a iniciar o processo ofensivo, não tem um bom toque de bola, mas no que toca a defender tem muita garra e cumpre muito bem a sua tarefa, não deu qualquer espaço aos avançados do Sporting, mostrou uma grande capacidade de antecipação e é muito forte no jogo aéreo!
Hélder Postiga foi o mais inconformado da equipa portuguesa durante a 1ª parte, não foi brilhante, mas tentou sempre dar mais à sua equipa, mostrando a sua excelente atitude e tentando passá-la para os seus companheiros, mas infelizmente, não teve nenhum efeito relevante, os leões demonstraram um futebol muito mastigado, sem opções viáveis para encontrar espaços para criarem perigo… Não houve um acompanhamento suficiente dos laterais para criar desequilíbrios nos flancos e desorganizar a defesa holandesa, nem André Marques nem Abel subiram com qualidade, muito inseguros e sempre muito apertados pelos extremos do Twente, foi um excelente trabalho dos 2 miúdos, tanto nos seus “habitats naturais” a provocar desequilíbrios como a travar os dois laterais da equipa portuguesa…
Matías Fernandez esteve praticamente inexistente, explicando também a sua saída ao intervalo! Passou completamente ao lado do jogo, “escondeu-se” entre os adversários e procurou espaços de forma lenta e pouco imaginativa, não fez o tão esperado e desequilibrador último passe nas melhores condições e também nunca conseguiu rematar de forma interessante à baliza dos holandeses! Vi também um Miguel Veloso diferente, muito mais motivado e ambicioso, deu tudo no jogo de hoje e quando jogou na sua posição de eleição mostrou o seu esplendor, dado que todos sabemos que ele tem uma qualidade de passe fabulosa e um excelente posicionamento que tem vindo a compensar a sua falta de velocidade… Após as duas substituições de Paulo Bento aos 63 minutos, ele removeu completamente as hipóteses do Sporting chegar à baliza do Twente em ataque organizado de forma eficaz, dado que colocou Miguel Veloso a lateral-esquerdo e Moutinho a ocupar zonas mais recuadas no meio-campo, não havia um homem criativo numa segunda linha mais ofensiva que assegurasse a ligação dos outros sectores com o ataque já bastante povoado! A entrada de Felipe Caicedo deu mais força ao ataque sportinguista, com ele a equipa ficou mais balançada e ganhou mais capacidade de choque na frente, ele conseguiu puxar um pouco pela sua equipa com toda a sua garra e dedicação, ganhando até o canto que deu o golo ao Sporting!
Para finalizar, posso garantir que se o Sporting não for transformado da melhor forma por Paulo Bento, só irá mesmo conseguir ganhar a equipas do nível do Atlético do Cacém, sinceramente espero uma perspicaz evolução!
Modalidades: revista da semana
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