Sportinguista que se preze não gosta de perder nem a feijões. É esse o espírito com que encararemos este desafio proposto pelo Futebol "O desporto rei" . O que há para ganhar? Pensar, falar e escrever sobre o clube que amamos é para nós como jogar de Leão ao peito. Há algo que um Sportinguista mais deseje?
Ligados à Europa
Jogos como o de ontem, como o que o Sporting disputou na bonita Riga, não devem ser encarados com a leveza dos turistas incautos: em qualquer cidade se pode ficar sem a carteira. Olhe-se para os resultados da Liga Europa e da Champions. Não faltam exemplos em que o prestigio de alguma aristocracia do futebol europeu se viu surpreendida e sem pontos nem contos. O Sporting não deixou rasto brilhante na Letónia, mas nem disso precisou para quase se apurar ao alcançar a 3ª vitória em igual número de jogos. E os pontos para o ranking UEFA são cada vez mais de importância nacional. Tudo indica que saltará para a fase seguinte, jogando apenas com uma perna e deixando a outra às costas. Veremos se, uma vez em palcos mais mediáticos, a equipa se encontra com a atitude e a qualidade que usou em exclusivo com os italianos de Florença e, em espaços, no Dragão.
Assalto fora de horas
Há sempre uma boa justificação para tudo, até mesmo para o absurdo, especialmente quando falamos dos aspectos organizativos do futebol português. Por isso deve haver uma explicação qualquer para que um jogo de grande cartaz como é um Vitória – Sporting seja disputado numa terça-feira à noite. Julgo que, se o nosso primeiro rei fosse vivo também ele se perguntaria se não era melhor assistir à peleja no conforto do Paço dos Duques, via cabo. Com este vinagre não me surpreendia que houvesse muito lugar para moscas nas cadeiras do Municipal.
No relvado será um jogo difícil. O Vitória decidiu não esperar mais e entreviu na paragem do campeonato a oportunidade de refazer a liderança técnica. A primeira vitória, alcançada na Taça, por números expressivos diz 2 coisas:
i) O trabalho de Nelo Vingada não era tão mau assim, uma vez que Paulo Sérgio, a quem muitos auguram futuro, não teve tempo para mudar nada. Aliás, vi jogar o Vitória mais do que uma vez, inclusive em Guimarães, e fiquei com ideia que, a equipa precisava de tempo para solidificar processos, mas tinha fundações para um ano tranquilo. No panorama actual da Liga Sagres o Vitória teria que, pelo menos aparentemente, esperar pelas falhas de Braga e Nacional.
ii) Por vezes as equipas ficam obcecadas pelas suas dificuldades, esquecendo-se do que conseguem fazer bem. Quem viu o Liverpool em Anfield afundar-se ante o Lyon, sem saber criar perigo por não saber o que fazer à bola, percebe o que quero dizer. A chicotada psicológica é por vezes a solução que agita o suficiente para vir ao de cima o que é mais fácil de conseguir, que é melhor empenho. Mas, tal como o champagne pode fazer saltar uma rolha e muita espuma, se não houver boa adega, enólogo e uvas, ( leia-se estrutura do clube, treinador e jogadores), depressa se esquece o estardalhaço inicial. A primeira prova foi superada, o meu Sporting servirá de júri.
0 golos