Há quem se perca…
Estrelas da formação que ainda não se conseguiram impor
José Alves "Coelho" marcou, pelos infantis do Futebol Clube do Porto, 90 golos em apenas 2 épocas. A sua veia goleadora, e o seu talento, continuaram a fazer-se sentir nos iniciados e nos juvenis, de tal forma que o Inter de Milão não perdeu tempo a adquirir esta jovem promessa. Várias lesões e dificuldades de adaptação estiveram na base de uma perda de influência, de tal forma que na temporada passada, ao serviço dos juniores do Benfica, poucos jogos fez como titular. Hoje em dia tenta relançar a carreira no clube onde começou a jogar, o Paços de Ferreira.
O último título conquistado pela selecção portuguesa foi o Europeu de Sub-17. Na ocasião brilhou intensamente Márcio Sousa, que apontou 2 golos na final. O jogador, apelidado de "Maradona", chegou mesmo a ser convocado por José Mourinho para jogos da Liga, adivinhando-se um futuro ao mais alto nível. Tal não aconteceu. Passagens pelo Porto B, Sporting da Covilhã e uma oportunidade em Espanha, no Deportivo da Corunha, terminam hoje no Esmoriz, onde joga e tenta relançar uma carreira promissora.
José Alves "Coelho" e Márcio Sousa são dois exemplos de jogadores que buscam uma nova oportunidade de relançamento de carreira. Mas, se o talento está lá, o que falha entretanto? "A ansiedade é um factor preponderante, que pode até motivar lesões. Uma boa preparação psicológica pode fazer toda a diferença", esclarece a psicóloga Rita Nogueira.
Voltando aos Sub-17, há jogadores que também não conseguiram singrar ao nível esperado. João Coimbra e Manuel Curto, hoje no Estoril, trabalham para voltar a uma ribalta alcançada por outros da mesma geração, como Miguel Veloso ou João Moutinho. Os dois jogadores do Sporting, tal como Manuel Fernandes, são os exemplos de maior sucesso dessa "fornada".
Uma das formas de se encontrar um equilíbrio na passagem de júnior para sénior foi a criação da Liga Intercalar. Se por um lado se criam hábitos de jogar à quarta-feira e ao fim-de-semana, por outro o jovem jogador pode mostrar-se ao universo sénior, ao defrontar jogadores mais velhos. Uma nova forma de se enfrentar um problema que tem como grande condicionante o final tardio dos campeonatos jovens.
Nesta tentativa de se aproveitarem os recursos da formação, há também bons exemplos. Os recentes êxitos dos "dragões de Olhão" são consequência do trabalho de duas gerações de juniores dos portistas (Ilídio Vale e Patrick Greveraars). Com tranquilidade, jogadores como André Castro, Stephane, Ukra, Tengarrinha e Ventura têm oportunidade de evoluir na Primeira Liga, ao mesmo tempo que continuam a jogar juntos. Desta forma ambos os lados ficam a ganhar: o Olhanense que aproveita rotinas consolidadas; e os jogadores que na Primeira Liga procuram adquirir visibilidade para outro patamar.
Destino dos jogadores campeões da Europa de Sub-17 em 2003
Pedro Freitas (AD Oliveirense)
João Dias (AD Santa Clara)
Tiago Gomes (Belenenses)
Miguel Veloso (Sporting)
Tiago Costa (Vizela)
Paulo Machado (Toulouse- França)
Vieirinha (PAOK – Grécia)
João Moutinho (Sporting)
Carlos Saleiro (Sporting)
Márcio Sousa "Maradona" (Esmoriz)
Hélder Barbosa (Vitória de Setúbal)
Mário Felgueiras (Vitória de Setúbal)
Vítor Vinha (Nea Salamis – Chipre)
João Pedro (Oliveirense)
Bruno Gama (Vitória de Setúbal)
João Coimbra (Estoril – Praia)
Manuel Curto (Estoril – Praia)
Manuel Fernandes (Valência-Espanha)
Hugo Marques (Gil Vicente)
Texto: Gil Nunes / In: Academia de Talentos
Jornada 358 – Iron Maiden
Há 16 horas
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