Abel Resino foi uma das mais recentes vítimas daquilo que considero ser uma, vá lá, uma "maquinação" de um balneário. Neste caso, o do Atlético de Madrid.
Penso que não serei o único que nos último anos avaliou os colchoneros, a priori, como uma das equipas mais perigosas nesta Europa do futebol. Ujfalosi, Perea, Ibañez, Raúl Garcia, Maxi Rodriguez, Paulo Assunção, Reyes, Simão, Forlán, Sinama-Pongolle e Agüero são os mais famosos de um plantel recheado de qualidade individual, mas que definitivamente também tem outros "skills" para além de saber jogar futebol. Nomeadamente, saber não jogar futebol e parecer que a culpa é do treinador.
Digo isto, e assumo, com um certo à vontade pois assisti a alguns jogos do Atlético de Madrid ao longo deste período de 31 jogos desde Fevereiro de 2009 e percebi coisas que vão muito para lá de uma possível indefinição de um treinador: vi jogadores literalmente parados a ver a bola passar! Se é verdade que, recentemente, o Atlético acumulou uma série de resultados inaceitáveis para um plantel tão repleto de estrelas, também não é menos verdade que, apesar de Resino se justificar com resultados injustos, esta equipa andava a ser tudo em campo menos isso mesmo: uma equipa. E, talvez por isso, a dura, muito dura, massa adepta colchonera - e que o digam os adeptos adversários que nunca têm vida fácil nas imediações do Vicente Calderón - , não tenha aguentado mais e incutido novamente a pressão da mudança, menos de um ano após Javier Aguirre ter saído precisamente pelos mesmos motivos.....
As verdadeiras razões, só quem lá está as poderá saber. Mas, para Resino, os factos são estes: 31 jogos, 14 vitórias, 8 empates e 9 derrotas. Em casa, 9/5/1. Fora, 5/3/8.
Se apenas contarmos a época passada, em meio ano, o ex-treinador conseguiu 12 vitórias, 4 empates e 3 derrotas. À altura, parecia que afinal o problema era de Aguirre....., mas parece agora que não.
Ora, pela lógica mais directa, cumpre perguntar: O que aconteceu da época passada para esta época, para os resultados "desaparecerem"? E novamente o "bruxedo" que atacou o anterior treinador. Transferências? A política não foi de limpeza de balneário, mantendo-se a maior parte dos jogadores, por isso não é por aí. Mudança de esquema? Não faz grande sentido, pois Resino herdou uma equipa a meio da época e pôs a mesma a jogar bem e a ter resultados. Então o quê? O que faz uma equipa jogar muito bom futebol e, de repente, só porque se meteram ums férias pelo meio, cair em desgraça, fazendo um atleta histórico do Atlético de Madrid (mantém o record de 1275 minutos sem sofrer golos como guarda redes a jogar em Espanha) sair pela porta pequena? Curiosamente, já quando havia treinado o Levante fez uma primeira época excelente, e um início de segunda tão mau que foi despedido.
Pode ser um problema de atitude de um treinador que entra numa equipa, incute motivação, mas rapidamente ganha inimigos por ser exigente. Mas também pode ser outra coisa. Não sei ao certo, mas penso que a chave da solução também pode passar por uma reflexão sobre o histórico de alguns (muitos) dos seus jogadores, no que a interesses pessoais diz respeito. Eu vou-me lembrando de alguns, mas se os leitores do blog me quiserem auxiliar na memória, eu até agradeço. Se calhar até vamos encontrar onde realmente estará o problema desta equipa, e se será Quique Flores um homem capaz de os contornar.....
Esta questão não tem o interesse apenas para os espanhóis. É que, aqui por Portugal e mais precisamente lá para as bandas da segunda circular, podemos estar a assistir a algo similar.
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