Num jogo com a história do clássico de sábado e em que a minha geração já viu acontecer de tudo, alguém seria capaz de arriscar um prognóstico, sem que o mesmo não passe de mero palpite ou expressão de uma vontade, e, por isso, logo descredibilizado?
Uma vez desmistificada também a ideia de que “ganha quem está pior”, o que poderão esperar os Sportinguistas do derby, quando o seu “adversário dilecto” se apresenta em Alvalade com 12 pontos de avanço, e referido por muitos como o grande favorito à conquista do campeonato?
Não me parece que sejam de valorizar muito os diferentes resultados obtidos no pretérito fim-de-semana. Os homens da Caparica, pese o brio, não constituíram avaliador de valor certificado, pelo que, pouco mais representará que um placebo. A vitória do Vitória, e consequente eliminação encarnada, pode ter feito crescer a suspeição sobre a sua capacidade de vencer a adversidade, porque as derrotas, e sobretudo as eliminações, não são conhecidas como reconstituintes. Não parece é que se possa, com isso, contar com um adversário vencido.
Do Benfica de Jesus já se conhecem quase todos os milagres. A palavra justifica-se, olhando para a diferença de categoria verificada com a nova liderança técnica, e que não pode ser explicada de forma primária com o dinheiro gasto no defeso. Do Sporting de Carvalhal sabe-se apenas que ele quer mudar. Se as mudanças serão consequentes, se serão bem interpretadas e aceites, e se houve tempo para as consolidar, são as grandes questões que se colocam. Essa pode ser também a grande oportunidade, uma vez que é a táctica e a técnica que ditam, quase sempre, os vencedores. Uns pós de sorte ajudam quem pelo menos tenta.
Que seja o bom futebol a resolver a contenda. O futebol português precisa dos grandes clássicos, bem jogados, e que a espectacularidade não se resuma a repetições, até à exaustão e à náusea, de super-slowmotions de erros de arbitragens. A polémica, essa terá sempre que existir. Ela em si é um clássico dentro do clássico. Mas que a sua importância não se sobreponha aos golos e à execução técnica dos artistas. Afinal é por eles que se encherá Alvalade. Mentiria se dissesse que não quero muito que o Sporting ganhe. Como sempre em especial desta vez, porque é próximo e porque seria uma das mais importantes vitórias dos últimos tempos.
*crónica escrita para o Futebol "O desporto rei" , pelo "ANortedeAlvalade", no âmbito da parceria em vigor.
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