Quem acusa de falta de espectacularidade este Inter de José Mourinho, ou o futebol italiano em geral, teve de engolir as palavras depois de ver o encontro de ontem frente ao Bolonha. Exibição demolidora da turma de Milão, imponente, arrasando como um rolo compressor o adversário na sua própria casa. Os "nerazzurri" marcaram três golos, acertaram três vezes nos ferros e desperdiçaram mais uma dezena de oportunidades. Em suma, deram espectáculo, tal como o deu - e isto é que já não é de estranhar - o próprio Mourinho, que, se tem rivais na luta pelo título de melhor treinador do mundo, não os tem na arte de comunicar e de motivar.
O futebol do Inter é inacreditavelmente enleante. Tem a magia própria dos jogadores sul-americanos - e eram oito de início - mas também o rigor europeu, que caracteriza o seu próprio treinador. Não há grandes correrias, é raro ver-se um interista a sprintar, o que pode contradizer um pouco a ideia de futebol espectáculo, mas estamos perante um bloco coeso e compacto, que ataca sempre com seis, sete unidades nas proximidades da área contrária, que cria ocasiões em catadupa e que tem uma média de dois golos por jogo. Para quem gosta de futebol, o que se pode pedir mais?
A acção de Thiago Motta, Zanetti e Dejan Stankovic é o segredo deste meio-campo. Três jogadores experientes, maduros, sabem dosear na perfeição os momentos em que devem defender ou subir (em bloco) no terreno. Depois há também e não menos importante Maicon, o melhor lateral-direito da actualidade, que durante os 90 minutos anda em constantes idas e voltas ao longo do relvado... e ainda as bolas paradas marcadas por Maicon, por sinal. De dois cantos do lateral-direito nasceram os dois primeiros tentos, que deram o 1-2 ao intervalo. Uma vantagem justíssima, que continuou a ser justificada no início da segunda parte. Aos 65 minutos, incluindo os dois golos, o Inter tinha criado onze ocasiões de golo e Maicon participou em sete!
As contabilidades deixaram de fazer sentido logo a seguir, quando Cambiasso matou o jogo com o terceiro golo. Até final, e porque protagonista é protagonista para o bem e para o mal, só há para contar a expulsão de... Maicon. Vermelho directo, mais um problema para Mourinho e, ao mesmo tempo, mais uma oportunidade para brilhar nos media. José Mourinho é um espectáculo dentro do próprio espectáculo, no campo e, sobretudo, fora dele, perante os jornalistas. Ontem, caiu-lhe nas mãos mais uma polémica, relacionada com o vermelho directo exibido a Maicon, após um insulto que este terá dirigido a um dos árbitros-assistentes. Logo à primeira pergunta sobre o assunto, na conferência de imprensa, Mourinho entrou a matar. "Pelo que sei, você é jornalista do Tuttosport (jornal afecto à Juventus) e por isso quer é ver se o Maicon leva dois jogos de suspensão para não defrontar a Juventus!", insinuou o técnico, com ar de quem não estava a brincar.
Este Di Maria.....
Há 1 dia
já tinha saudades nogueira,grande artigo,apesar de ñ gostar mto do Mourinho.
obrigado Delantero, eu sempre que posso tento contribuir para este fantástico blogue.
um abraço
O Nogueira traz sempre um acréscimo de qualidade, principalmente quando nos traz as suas análises, sem dúvida um jovem com muito valor.