Será que Florentino Pérez mediu bem a receita dos "galácticos", ou "divinos", quando em plena época de recessão "estourou" mais de 160 milhões de euros (estou a liquidar as vendas de jogadores) em meia dúzia de jogadores de elite?
Neste Verão, lembramo-nos todos muito bem, foram imensas as críticas por essa Europa fora à gestão do presidente do clube madrileno, invocando-se que o mesmo estava irresponsavelmente a matar o futebol. Outros, responderam quer era apenas dor de cotovelo. E outros, saíram beneficiados do efeito dominó (por exemplo o FC Porto, que encaixou receitas de vendas de jogadores que nem em sonhos imaginaria voltar a ter, quanto mais em época de crise, e acabando de certa forma por iludir os seus adeptos e outros dirigentes nacionais sobre a capacidade de criação de mais valias nos jogadores da nossa liga no futuro).
Volvidos apenas alguns meses, já podemos esboçar uma parte do quadro que aí se afigura, e que na minha opinião não é nada bonito para os que tanto apostaram na mesma receita de 2001 a 2003, agora num cenário absolutamente oposto. É que, segundo informação da Bloomberg, e de acordo com os dados reunidos por seis grandes lojas desportivas de Madrid, as vendas de camisolas da Adidas baixaram este ano 75%. Acredita-se que a recessão que Espanha vive, e que é a pior nos últimos 60 anos da sua história, associada a uma taxa de desemprego que já bate os 19.3%, é a grande responsável por esta quebra.
Não obstante, o Real Madrid revelou em Setembro último que espera um crescimento de 3.5% nas suas receitas, para em Junho de 2010 alcançar 421.7 milhões de euros em acumulado no ano. Absolutamente em desacordo com as estimativas do governo e economistas espanhóis. Mas, ainda assim, crescer 3.5% após uma quebra de receitas ao nível do que se espera, também não é recuperar quase nada face ao investimento efectuado.... Note-se que quando David Beckham assinou pelos merengues, a facturação da equipa subiu 27%, com 22% das receitas a ser oriunda de equipamentos (Beckham custou 37.5 milhões de euros).
E agora fica a pergunta: foram os milhões por Ronaldo, Kaká e Benzema assim tão bem gastos? E estará Florentino assim tão confiante que os negócios serão igualmente positivos como os de Zidane e Beckham foram? Eu lembro-me que se argumentou que as vendas de camisolas desses galácticos foram suficientes para amortizar o investimento. Contudo, foram bem mais baratos do que os divinos, não todos no mesmo ano, e os tempos, como se confirma, agora são outros.
Para bem do maior clube do mundo (ao que consta, pelo menos em palmarés), é bom que haja por lá um pezinho de meia não vá o plano falhar. É que foi um investimento ainda grandito, e de uma vez só....
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