Duro Inverno

Não é fácil escrever sobre o Sporting por estes dias. Resultados e exibições descoloridos, uma equipa que tarda em aproximar-se do que é capaz, jogadores a desvalorizarem-se em cada toque na bola, dificilmente constituem fonte de inspiração. Os Sportinguistas sentem-se traídos pela prestação da sua equipa, não a consideram à altura das camisolas que envergam. O momento é para lá de mau, duro como Inverno.

Os compromissos consecutivos impedem-nos de consolidar os novos conceitos que a nova direcção técnica quer impor. Mas, como não podemos mandar parar as competições há que saber retirar os dividendos possíveis das circunstâncias. Se ter um jogo com tão pouco espaço de tempo de recuperação é pernicioso, tem pelo menos a vantagem de, por força da preparação do encontro com a Naval, não deixar tempo para grandes depressões pelo resultado negativo. Nem me parece que tal se justifique. Embora perceba a reacção geral ao resultado de Berlim, não deixa de ser um facto que o resultado só importou por ser mais um factor desestabilizador num contexto negativo renitente. Teria sido relativizado num momento mais feliz.

Não será fácil a deslocação à Figueira Foz. Quem viu a Naval jogar recentemente, com o nosso rival e com o Braga, percebe que encontraremos um dos nossos piores pesadelos: uma equipa sem vergonha de juntar as linhas atrás da bola, procurando os lançamentos para o rápido Marinho. Uma prova dura mas que, por isso mesmo, saberá bem levar de vencida. A vitória, necessária, servirá de tónico para um novo começo.

Na hora em que escrevo estas linhas desconhece-se ainda o adversário para os 16 avos de final da Liga Europa. E embora o sorteio seja hoje, a importância do seu nome é muito relativa. Os jogos terão lugar apenas a 18 e 25 de Fevereiro. Esperamos que as gravações da nossa participação na fase de grupos de nada sirvam para quem nos quiser conhecer. Estima-se que nessa altura já haja um Sporting verde de esperança e de alvo futuro.