Realizou-se anteontem, num hotel da cidade de Lisboa, a 47ª Edição dos Prémios Stromp, galardão que homenageia todos aqueles que representam (ou representaram) o Sporting ao mais alto nível.
Os mais aplaudidos da noite foram Liedson, Daniel Carriço e Filipe Soares Franco, que ganharam os prémios Futebolista do Ano, Revelação do Ano e Dirigente do Ano, respectivamente.
Para além das 3 personalidades já referidas, também foram galardoados Arnaldo Abrantes (Atleta Masculino do Ano), Maria João Dores (Atleta Feminina do Ano), Rui Gil (Seccionista do Ano), Rui Gama (Treinador do Ano), Nuno Reis (Director do Ano), João Paulo Varanda (Prémio Dedicação), João Galez (Prémio Saudade), Helena Duarte (Prémio Carreira) e ainda Diogo Neves, Pedro Kol, André Pimenta, Pedro Delgado, Gonçalo Alves e Rui Silva, que receberam o Prémio Presença em Campeonatos do Mundo ou da Europa.
O presidente do Sporting, José Eduardo Betencourt, não esteve presente por ter viajado para os EUA, acompanhado de Rogério Alves, um dos sócios mais mediáticos, a fim de visitarem alguns núcleos sportinguistas espalhados por esse país.
Em representação da direcção estiveram Dias Ferreira (Presidente da Assembleia Geral), Agostinho Abade (Presidente do Conselho Fiscal) e José Filipe Nobre Guedes (Administrador da SAD).
Quem também marcou presença foi Paulo Abreu (Presidente do Grupo Stromp), Pedro Afra (Director de Marketing) e ainda os sócios honorários Fernando Mamede, Horta Silva e Costa e Carlos Barbosa da Cruz.
O que o leitor poderá estar a perguntar agora é o porquê dos prémios chamarem-se Stromp e não Leão de Ouro ou qualquer coisa parecida, já que estes pretendem homenagear os atletas e dirigentes leoninos que mais se destacaram ao longo do ano.
A resposta é muito simples e conta-se em algumas palavras:
Nascido a 21 de Maio de 1892 no Largo do Intendente, em Lisboa, Francisco Stromp foi considerado o primeiro símbolo do Sporting.
Aos 3 anos de idade, Stromp adoeceu gravemente com um problema respiratório, e a única forma de o salvar foi levá-lo para a casa de campo que a família tinha no Lumiar, que naquela altura era apenas uma densa floresta.
Alguns anos mais tarde, Stromp conheceu José Holtreman Roquette (bisâvo do antigo presidente do Sporting, José Roquette), Borges de Castro e os 4 irmãos Rosa Rodrigues.
Os 7, com a ajuda do amigo Visconde de Alvalade, fundaram o Campo Grande Futebol Clube, colectividade que durou apenas 2 anos, pois durante um piquenique em Loures, vários sócios do clube tiveram uma acesa discussão que culminou com o "rasgar de cartão" do Visconde de Alvalade e de Francisco Stromp, que em 1906 fundaram o Sporting Clube de Portugal.
Três anos depois, Stromp estreava-se na equipa principal de futebol do Sporting, onde ficou até 1924.
Durante esse período disputou 107 partidas oficiais, jogando como médio-defensivo ou avançado-centro, conforme as carências do clube.
Em 1913, estreou-se na selecção portuguesa, que naquela altura tinha o nome de Selecção de Lisboa, num jogo contra o Brasil, disputado no Rio de Janeiro.
Após ter concluído o Liceu, Francisco Stromp ingressou no curso de Engenharia do Instituto Superior Técnico, onde só ficou 1 ano, por ter sido chamado a cumprir o Serviço Militar, participando na conhecida Revolução de Monsanto.
Depois de ter feito o Serviço Militar, o filho do Doutor Reis Stromp ainda continuou ligado ao clube até ao fim da sua vida, que terminou de forma trágica.
Com apenas 38 anos, e infectado com sífilis (que na época era uma doença fatal), decidiu suicidar-se no dia em que o Sporting festejava o seu 24º aniversário, metendo-se debaixo de um comboio em plena estação de Sete Rios.
Depois do trágico acontecimento, o Sporting decidiu construir um busto de Stromp, com a legenda "Francisco Stromp, fundador e sócio perpétuo".
Em Outubro de 1990, numa cerimónia realizada no Hotel Méridien, o Governo da altura condecorou Francisco Stromp, a título póstumo, com a Medalha de Mérito Desportivo.
Este Di Maria.....
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