Estamos habituados a dizer que o Sporting é uma paixão. Infelizmente do célebre soneto de Camões sabemos a duras penas que no nosso clube há sempre “fogo a arder sem se ver”, que há feridas por sarar a fazer recrudescer “a dor que bem se sente”, apesar de contudo “ ter com quem nos mata lealdade”.
É o que sentiremos hoje quando prossegue hoje na comunicação social em tom de festim canibalesco a devassa sobre o triste episódio ocorrido dentro das nossas portas. O Sporting parece estar transformado num reality-show ao melhor estilo TVI. Uma dura prova para os Sportinguistas, surpreendidos e chocados com um o súbito regresso à nossa estranha (a)normalidade.
Já quase todos tomaram partido. Eu continuo do mesmo lado: do lado do Sporting. Aos que optaram por Liedson lembro-lhes que ninguém está acima do clube, e da hierarquia estabelecida, por melhor que seja o seu histórico de serviços prestados. Aos que preferem Sá Pinto façam-lhe a justiça ao carisma e abnegação que lhe reconhecem colocando os interesses do clube acima dos de um grupo ou pessoas.
Chega a ser quase trágico que este episódio tenha retirado o impacto da publicação das escutas telefónicas no You Tube. E se há quem diga que são todos iguais, querendo misturar tudo no mesmo saco, parece-me que aqui não temos telhados de vidro, apesar da transparência das nossas paredes. Espero que em Alvalade, mais concretamente no E.V.A., se perceba finalmente o calibre – falte dele, claro – dos nossos adversários e não se cometa a ingenuidade de pensar que o polvo de mais 2 décadas se extinguiu. Apenas evoluiu adaptando-se, ao melhor estilo da filosofia darwiniana. Não se vê, mas está lá.
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