Chegamos ao “mata-mata”. Acabaram-se os motivos para jogar para o empate ou fazer cálculos para a diferença de golos. De qualquer das formas, essa nunca foi a característica de nenhuma destas equipas. Estados Unidos e Gana, duas equipas voltadas para o ataque preparam-se, em perspectiva, para nos oferecer um grande duelo até soar o apito final.
Os Estados Unidos aparecem motivadíssimos, não só por terem garantido no último minuto o primeiro lugar do Grupo C, onde se incluía também a Inglaterra, como também por terem emocionado um país inteiro e terem recebido felicitações das mais variadas personalidades do país, entre eles o presidente Obama.
O rival dos oitavos de final é o Gana, único país representante do continente anfitrião da prova. Os “black stars” ficaram em segundo lugar do grupo D atrás da Alemanha, e surpreendentemente à frente da Sérvia.
Os americanos deverão entrar em campo disciplinados tacticamente, como sempre, fazendo uma boa marcação sem, no entanto, abrir mão do ataque. Para poder passar os ganeses, terão de contar com o talento de Landon Donovan, ele que tanto joga no meio como em territórios mais avançados, pode fazer a diferença a qualquer momento, seja com golos decisivos ou passes teleguiados. Outro ponto forte é o possante Onyewu, especialista em bolas paradas, e o experiente e seguro Tim Howard. Os laterais que frequentemente ficam na retaguarda perdendo a oportunidade de fazer boas combinações com os médios, a oscilante consistência defensiva e o desacerto dos avançados, entre eles o promissor mas ainda inexperiente Altidore, são talvez os calcanhares de Aquiles desta formação.
O Gana apresenta também uma grande disciplina táctica e um cuidado enorme com o sector defensivo, pressionando muitas vezes logo à saída de bola do adversário. A isto conseguem aliar ainda um enorme poder físico. A falta de um avançado letal e que intimide o adversário, o que se reflectiu em apenas dois golos marcados, ambos de grande penalidade, é certamente o ponto fraco da equipa.
Os EUA deverão alinhar em 4-4-2, numa aposta claro no contra-ataque, tal como fez frente a selecção inglesa, saindo-se bem.
Onze provável: Howard, Cherundolo, Onyewu, DeMerit, Bocanegra; Donovan, Bradley, Clark, Dempsey; Altidore, Findley
O Gana deverá alinhar em 4-2-3-1, que varia para o 4-1-4-1, num meio-campo em que Muntari e Appiah fazem um pouco de tudo, inclusive tentar alvejar a baliza pois os avançados não são conhecidos pela sua eficácia.
Onze provável: Kingson, Pantsil, Mensah, Vorsah, Inkoom, Annan, Asamoah, Appiah, Muntari, Amoah, Asamoah Gyan
Num jogo entre duas equipas que apesar de serem de escolas completamente diferentes não jogam de forma tão distinta assim, ambas se deverão entregar ao vistoso futebol de ataque que mostraram ao mundo durante a fase de grupos. Na memória das duas equipas estará o duelo anterior, no Mundial de 2006, em que o Gana mandou os americanos para casa com um 2-1. Apesar de algum desacerto de parte a parte deverão haver muitos golos, e aposto na vitória americana por ter um enorme espírito de sacrifício e de crer até ao último minuto.
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