O futebol moderno apresenta um paradoxo. A Copa do Mundo é o maior evento do esporte, principalmente por transcender a esfera futebolística e tomar a forma de uma guerra mundial sem armas e sem violência. Mas o futebol de melhor qualidade está longe da Copa já há algum tempo, e se refugia nos clubes endinheirados e poderosos da europa.
O cenário do futebol de seleções está cada vez mais pobre em termos de qualidade. A falta de entrosamento das equipes é evidente, e jogadores espetaculares em seus clubes desandam nas equipes nacionais porque lhes falta a sua habitual companhia. O calendário apertado pelo empilhamento de jogos que o negócio futebol exige tira tempo dos técnicos de seleção para que eles possam dar um mínimo de conjunto a seus comandados.
Quem consegue formar uma equipe, e não só um agrupamento de bons jogadores, se destaca. É o caso da Espanha, que talvez seja atualmente a única seleção do mundo onde é possível notar algum senso coletivo. Isso só foi conseguido com a manutenção de uma base por alguns anos, que culminou com o título da Euro no ano passado.
Excetuando equipes como a Espanha, o futebol jogado pelas melhores seleções do mundo é sofrível se o comparamos com os espetáculos que vemos na Champions League, por exemplo. Com isso tudo, a Copa do Mundo se tornou um evento em que os grandes craques do futebol mundial se reunem combalidos pela temporada europeia desgastante e juntam-se a ilustres desconhecidos para defender seu país, em aglomerados de atletas que tiveram pouquíssimas oportunidades para jogar e treinar juntos.
By André Baibich - In "www.goal.com"
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