As mudanças nas administrações dos clubes através da tomada de posse de um novo presidente e de novos directores é uma medida comum quando se pretende reorganizar financeiramente um clube. Já se perdeu a conta ao número de clubes que ao enfrentarem a insolvência recorrem a esta meio para enfrentar o problema. No entanto são muito poucos, ou quase nenhuns que liquidam as suas dívidas, tornando a táctica administrativa perfeita para os clubes com problemas financeiros.
Como funciona? O presidente do clube demite-se ou perde as eleições, normalmente após notícias relativas ao estado das finanças do clube, ou há probabilidade do clube poder terminar em poucos anos. Emerge então da confusão um novo salvador (novo presidente), que traz consigo um novo quadro de administradores acompanhados por um relatório e contas refrescado e “optimista”. Este ciclo acontece ou aconteceu pelo menos uma vez na grande maioria dos clubes.
Fora do quadro das Sociedades Anónimas Desportivas cotadas em bolsa, onde as contas dos clubes são seriamente controladas, o ciclo reinicia-se quando os novos administradores do clube percebem que não existem financiadores (ou benfeitores) suficientes, dispostos a correr riscos investindo o seu dinheiro no futebol. Regra geral a questão transforma-se em quanto dinheiro o novo presidente e administradores estão dispostos a despender dos seus bolsos para saldar os dívidas do clube.
Podemos tirar um dado interessante sobre os presidentes dos clubes. Se o presidente do seu clube for proveniente do ramos das indústrias pesadas, do ramo da construção, ou ex-presidente de alguma autarquia, existem grandes probabilidades que esse facto venha a ter consequências na liquidez do seu clube, isto de acordo com o histórico de presidentes nos últimos 30 anos e a situação económica em que deixaram as colectividades ao terminarem a sua gestão.
Há muitos anos que os clubes de futebol passam anos após ano, mandato após mandato por este ciclo. Embora os clubes não tenham aproveitado os benefícios que as SADs poderiam ter trazido às suas colectividades, estas (quando cotadas em bolsa) vieram trazer uma maior transparência às suas contas, não obstante os erros de gestão. A história ensinou-nos que a administração de um clube, já não pode estar dependente do sistema do presidente benfeitor, ainda assim cabe sempre aos adeptos parte do sucesso desportivo e financeiro das suas colectividades ao escolhem o seu presidente.
Fonte: www.futebolfinance.com
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