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Belenenses: à beira do precipício

Publicada por Futebol sexta-feira, 22 de maio de 2009

Em Portugal, algumas polêmicas acerca dos títulos nacionais anteriores a 1938, quando efetivamente teve início o que hoje é a Liga Sagres — claro, com outra denominação —, reduziram a apenas cinco o número de times que hoje podem dizer oficialmente que são campeões portugueses. Três deles, como se sabe, são os gigantes Porto, Sporting e Benfica. Há, ainda, o Boavista, último clube fora da “tríade” a levantar o troféu, em 2000/01. E o quinto representante desse G-5 é justamente uma das equipes que, a uma rodada do final da atual temporada lusitana, está caindo para a segundona, lá conhecida como Liga Vitalis. Trata-se do tradicional Clube de Futebol Os Belenenses.

No ano em que completa 90 anos de história, nada poderia ser tão triste para a parte azul, por vezes esquecida, de Lisboa, mais precisamente situada no que os portugueses chamam de freguesia — o que seria mais ou menos o que conhecemos por bairro. Após boas campanhas nos últimos anos, os Pastéis passaram a temporada inteira em uma região da tabela que não estava próximo desde 2005/06, quando terminou no 15º lugar, e ainda assim, fora da zona de rebaixamento. Vale salientar, ainda, que o time depende de uma vitória frente ao Benfica, na Luz, e de um tropeço do Vitória de Setúbal contra o limitado elenco da Naval, em Figueira da Foz.

O clube foi fundado em 1919, mas teve sua criação encaminhada no começo do século passado, após a fusão de um dos clubes da em Belém (região situada na capital portuguesa), o Sport Lisboa, com o Grupo Sport Benfica, virando o time hoje conhecido por este último nome. Além disso, os outros dois times locais, o União Sport Belenense e o Ajudense, perderam torcedores, criando um abismo futebolístico na região, e que só seria sanado há 90 anos, em 23 de setembro, de maneira que unisse, novamente, a comunidade belenense. Surgia então o time azul lisboeta, que tem em seu fundador a figura de Artur José Pereira, que é, aliás, considerado um dos maiores jogadores de Portugal em todos os tempos.

No princípio, o time se mostrou grande, e foi um dos dominadores do futebol português nos primeiros anos, quando o desporto ainda era amador por aquelas bandas. Até 1933, tratava-se do clube com mais conquistas nacionais — o antigo Campeonato de Portugal —, com três troféus, ao lado do Porto. Torneios esses que, todavia, não são contados — e, por vezes, conforme recordado pelo próprio site dos Pasteis, menosprezados — como títulos da atual Liga Sagres, em virtude do formato de disputa. Embora haja pesquisadores que defendam a unificação, assim como no caso das Taças Brasil e Robertão no Brasil, o convencional tem sido relacioná-las com a Taça de Portugal.

O grande título

Mas seria na década de 40 que o time alcançaria seu maior momento na história, levantando pela primeira vez o caneco do Campeonato Português da temporada 1945/46. O fato é importante principalmente porque, até 2001, apenas o Belenenses tinha sido capaz de quebrar a barreira da tríade Porto-Sporting-Benfica. Nomes até hoje idolatrados daquele elenco, como Mariano Amaro e Artur Quaresma, atletas que tinham constantes convocações à seleção nacional, se destacaram, e não apenas nos gramados, mas ao se negarem a cumprir uma saudação ao estilo fascista (Portugal já sofria nas mãos de Salazar).

Amaro, aliás, marcou outro grande traço daquele grupo campeão: o investimento em jogadores provenientes da própria base. A começar pelo técnico, Augusto Silva — e pupilo de José Pereira, que chegou a comandar as categorias inferiores do Belenenses —, passando por um elenco bastante jovem, mas que mantinha uma constante, que vinham sendo as conquistas do Campeonato de Lisboa. Faltava apenas, como se notava, sacramentar tal liderança em âmbito nacional, o que esteve próximo de ocorrer desde o início da profissionalização, em 1938, especialmente na temporada anterior ao grande momento (quando ficou a apenas três pontos do campeão Benfica).

Na competição, tropeços para Olhanense e Benfica evitaram que o Belenenses encerrasse o turno na liderança. No returno, por sua vez, onze vitórias em onze jogos, com direito a uma virada espetacular na última rodada, contra o Elvas, fora de casa, por 2 a 1, após quase ver os encarnados levantarem o caneco, superando-os por apenas um ponto (38 a 37 pontos). Na reta final, destaque também para o goleador Manuel Andrade, artilheiro do time com 19 tentos. Estava, portanto, quebrado o monopólio dos três grandes — apesar de que, até pela história e o fato de o clube já ter sido um dos mais fortes do país no passado, considera-se a equipe uma quarta importante força do futebol português.

O bom momento também se evidenciou no relacionamento externo. Afinal, foi o Belenenses o convidado para inaugurar o estádio Santiago Bernabeu, do Real Madrid, em 1947. Convite esse que proveio do bom intermédio que havia entre ambos os times, e que teve início também nos anos 40, em amistosos realizados tanto em Portugal como na Espanha. E mesmo com os merengues tendo a força que já tinham, notavam-se partidas equiparadas entre ambos os clubes, com direito, inclusive, a vitória dos lisboetas em casa. No jogo histórico em Chamartin, todavia, deu Madrid: 3 a 1.

Queda livre

Se até os anos 50, tudo era festa, o mesmo não se pode falar do que se seguiu. A equipe, à exceção de 1954/55, quando ficou com o vice em um torneio que se definiu com um gol sofrido a quatro minutos do término da partida, não obteve mais resultados positivos, vendo o crescimento do Sporting e, posteriormente, do Benfica de Eusébio. Nesse período, o grande nome atendia por Matateu, sétimo maior goleador da história da liga portuguesa, com 218 gols e média de 0,75 tentos por jogo.

De lá em diante, poucas foram as vezes que o Belenenses conseguiu relevância em nível nacional, obtendo sucesso em 1959/60, com o segundo título da Taça de Portugal, e com o terceiro, levantado em 1988/89, depois de superar Porto, Espinho e o, talvez, e pelo que se analisa, até pela questão histórica e do pré-fundação do clube, principal rival do Belenenses — o Benfica. Mas um ano que ficaria marcado, apesar de que de forma negativa, é 1982, quando, após somar apenas 20 pontos em 30 jogos, os azuis foram rebaixados, pela primeira vez, à segundona lusitana. Com esse rebaixamento, apenas o trio Porto-Benfica-Sporting mantém a escrita de nunca ter caído.

Depois de algumas idas e vindas, além da manutenção, agora, como time mediano na tabela de classificação do campeonato português — e a perda do posto de 4ª força para o Boavista, que começava a se aproximar do inédito título nacional, destaca-se a temporada 2006/07. Na ocasião, a equipe, comandada pelo atacante Dady, terminou em 5° lugar o torneio, garantindo vaga na Copa Uefa — certame, aliás, que tem o Belenenses como primeiro representante português, e alcançou a decisão da Taça de Portugal. No entanto, a sorte sorriu para o Sporting, que venceu por 1 a 0, gol de Liedson.

Hoje

Em situação tétrica, resta, a bem da verdade, aos torcedores belenenses, aguardar por um milagre que os mantenha na Liga Sagres para 2009/10. As mudanças, no entanto, parecem remeter ao título nacional de 1946, já que a tendência é a de que, devido a uma complicada situação financeira com a qual convive o time lisboeta, invista-se mais na base. Tal atitude já pôde ser vista no duelo contra o Rio Ave, na penúltima rodada, em que Rui Jorge, ex-jogador do clube e treinador do elenco júnior, escalou um grupo bastante jovem, e que deu resultado, para a decisão.

Se a permanência ocorrerá, não se sabe. Todavia, é interessante notar que, aliado ao mau momento dos Pastéis — que, aliás, convenhamos, é muito raro se ver um pequeno ou mesmo médio em boa fase dentro das competições em Portugal —, está a triste sina do outro campeão nacional “fora” da panela dos grandes, o Boavista, que, rebaixado na última temporada devido ao caso do Apito Dourado (manipulação de resultados), e que não conseguiu se reestruturar. E cada vez mais, afunila-se o título em favor de apenas três times. Resta saber se essa “retomada” de 1946 trará um resultado, no mínimo, salvador para o futuro do grande Belenenses.

Texto: www.trivela.com

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