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O Futebol nos escalões de formação

Publicada por Futebol quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O Futebol nos escalões de formação

Mitos do Treino de Jovens em Portugal!

1.INTRODUÇÃO

Na década de setenta com o lançar dos clubes na Europa com as belas campanhas do Sport Lisboa e Benfica e com as vitórias da Selecção Nacional, o treino aos poucos deixou de ser um simples "ajuntamento de pessoas", para passar a ser uma realidade. Assim começaram a aparecer os primeiros treinadores estrangeiros e os primeiros licenciados em Educação Física e Desporto.

Tal situação permitiu que nos últimos vinte anos o treino de jovens tenha evoluído bastante no nosso país, passando do pensamento à realidade. No entanto com o passar dos tempos ainda existem muitos retrocessos e incertezas na fase mais importante, aquela que vai marcar o futuro do jovem como Atleta e como Homem.

2. MITOS DO TREINO

Será importante que possamos parar e pensar se realmente continuamos a evoluir ou se estabilizámos e para isso necessitamos de reflectir nos erros que têm vindo a ser cometidos para que o treino de jovens seja uma realidade.

Primeiro mito- O Treino Militar, característico do início de temporada. Todos nos lembramos de correr em pinhais e de posteriormente, um grande avanço, correr na praia. No seguimento disto vêm treinos de alta preparação física, como era designada, onde corríamos em volta do campo, realizávamos um trabalho de cariz quase militar e bola "nem vê-la".

Segundo mito- O treino para homens. Treinadores que aplicavam nos jovens os exercícios que tinham visto no treino de uma das equipas seniores.

Terceiro mito- "Os anões". O treino de força com jovens obteve uma má reputação ao longo dos anos. A musculação, por exemplo, pensava-se que danificava as placas de crescimento dos jovens nas áreas de cartilagem e que tornava os jovens lentos. Claro que o treino de resistência muscular é muito importante e não pode ser ministrado por qualquer um. Vejamos que todos os jogadores que têm saído para futebol estrangeiro demonstram um grande desenvolvimento da estrutura muscular, logo se o treino de força muscular tornasse os atletas mais lentos, como podem os atletas de provas de velocidade ter um desenvolvimento muscular tão evoluído?

Como pode um atleta rematar com mais força, impulsionar-se mais alto ou ter uma força de tracção maior se não lhe for desenvolvida esta capacidade? O importante é que a criança e o adolescente tenham uma atenção especial em relação ao planeamento e prescrição do treino físico. Isto é, não podemos simplesmente direccionar treinos prescritos a adultos, sem realizarmos as devidas alterações levando-se em consideração as características da faixa etária treinada.

Especialistas agora percebem que, com boa técnica e da quantidade certa de resistência, os jovens atletas podem evitar lesões de crescimento. Exercícios de fortalecimento, com boa formação e supervisão, proporcionam muitos benefícios para um jovem atleta.

O treino de força supervisionado, utilizando a técnica adequada, aumenta a força, a resistência muscular, protege os músculos e as articulações de lesões. Assim possibilita aos jovens um melhor desempenho na sua prática desportiva.

Quarto mito - Não treinar. Após a Dinamarca ter ganho o campeonato da Europa generalizou-se a ideia de que não era necessário treinar. Pois todas as pessoas ficaram com a ideia que estes atletas não estavam a treinar nesta altura. O que é certo é que para além de terem treinado até mais tarde, cada atleta seguia um plano de trabalho que lhes fora entregue pela equipa técnica.

Quinto mito - A Holanda. Numa dada altura tudo que vinha deste país é que era bom, sem pensarmos sequer que para além da nossa sociedade ter costumes diferentes, as nossas infra-estruturas nada têm a ver com as daquele país. Têm metodologias muito interessantes e uma estruturação do pensar do treino que ainda hoje não temos. Poderíamos copiar o facto de ser atribuída mais importância a um treinador de jovens do que a um treinador de seniores.

Sexto mito - A especialização. Nos dias de hoje existe quem tenha a ideia de que só interessa o jogo, todas as outras componentes são esquecidas. Aprender o jogo jogando, mas não aprendem outras componentes técnicas importantes para cada fase de desenvolvimento. Todos sabemos que existem fases sensíveis e nessas idades é importante desenvolver um certo número de competências motoras, talvez por isto não acontecer é que muitos dos atletas não chegam ao mais alto nível. Pois alguns não sabem correr, outros têm problemas em utilizar o pé não dominante e entre outras coisas muitos deles não são rápidos porque não são coordenados.

A coordenação, a força, a velocidade e o desenvolvimento da técnica são elementos importantes para o desenvolvimento do atleta, devem ser amplificados com bola mas não é possível serem desenvolvidos só com o jogo.

3. CONCLUSÃO

É de facto necessário ter a noção de que o treino não é um acto isolado, mas sim uma reflexão diária daquilo que devemos trabalhar. Ter a noção de que não se deve viver de mitos, mas sim ouvir e investigar para que possamos melhorar a nossa prestação diariamente. Saber o que queremos para não sermos "treinadores robots" que trabalham sobre ordens de outrem.

Olhar para os jovens que treinamos e ver neles o futuro, não só da modalidade, mas também como Homens. Devemos saber ser treinadores e amigos daqueles jovens que treinamos, pois muitas vezes cometemos erros por não saber ouvi-los.

Texto: Professor Bruno Baptista - Licenciado em Educação Física pelo ISCE - Odivelas - Treinador do Sport Lisboa e Benfica. In: Academia de Talentos

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