Terminada que está a liga sueca - Allsvensakan -, 24ª classificada no ranking UEFA, cumpre-me fazer uma breve apreciação daquilo que foi a classificação deste ano.

Sobre o AIK já falamos antes. Não era o principal candidato, mas um dos. Por ter superado os seus dois adversários directos, a equipa da capital está totalmente de parabéns.
O principal candidato ao título, ainda que não muito mais forte, falhou o seu objectivo de ser campeão. Ao IFK Göteborg não foi suficiente contar com o melhor marcador da época, Tobias Hysén (7 vezes internacional pela Suécia), com 18 golos e que jogando a médio ofensivo revelou-se ainda um fora de série para o campeonato sueco (veio do Sunderland), e estará seguramente, com 27 anos, a tempo de relançar a sua carreira. Ainda brilhou, no eixo da defesa, o central Ragnar Sigurdsson, islandês de 23 anos, que é também uma promessa do futebol europeu e já uma certeza para a sua selecção.

O outro candidato ao título, o Elfsborg Boras, que entretanto eliminou o nosso SC Braga da Liga Europa como todos se lembram, contou com um meio campo muito forte onde se salientaram o médio esquerdo de origem albanesa Bajrami e o médio direito de origem japonesa Ishizaki, ambos internacionais pela Suécia. Faltou, no entanto, algo mais tanto do ponto de vista ofensivo como defensivo a esta equipa para conseguir o seu objectivo, tendo que se consolar com o terceiro lugar, e último que ainda pode dar o acesso à Liga Europa.

Um campeonato acima das expectativas realizaram também, para além do campeão:
- Kalmar: anterior detentor do título, mas muito desfalcado pelas saídas dos dois Elm (David para o Fulham, e Rasmus para o AZ), pelo que o meio da tabela seria esperado, Mas os princípios de jogo assimilados na época passada e a manutenção do treinador Nanne Bergstran valeram-lhe ainda o 4º lugar;
- BK Hacken: foi sem dúvida, a maior surpresa do campeonato. Era uma equipa que à partida iria jogar para não descer, mas terminou num prestigiante 5º lugar, com o médio direito Jonas Henriksson, de 32 anos, a assinar um época esplêndida com 10 golos em 29 jogos.
- Ainda uma palavra positiva para as performances de Gefle, Trelleborg e Brommapojkarna, que sendo candidatos à descida, garantiram a permanência com alguma facilidade.

Ao nível do que se esperava estiveram o Örebro (6º lugar) onde foi determinante o dinamarquês Olsen com 7 golos providenciais dos 8 que marcou pela sua equipa, e o GAIS (11º) onde sobressaiu o 2º melhor marcador do campeonato, o brasileiro de 23 anos Wanderson (17 golos). O Örgyte, apesar de ser um verdadeiro dinossauro já 12 vezes campeão (a maioria conquistada há longas décadas atrás) confirmou a descida de divisão, uma condição que à partida seria a esperada.

Helsinborg e Malmö foram duas equipas que desiludiram. Apesar de não serem candidatos ao título por questões financeiras, mas por serem historicamente fortes, esperava-se melhor do que o 8º e 7º lugar que respectivamente conseguiram. E tinham plantel para tal.
Pior, o termo "desapontante" vai para mais três clubes com um algum peso institucional na Suécia. Desde logo, o Hammarby (clube com grande apoio na classe operária), que desce de divisão quando isso não era um cenário sequer equacionado para este ano. O Halmstads escapou por um triz ao jogo de play-off que decide se o antepenúltimo desce ou não, o que acabou por se suceder ao 11 vezes campeão Djurgardens. Em princípio, a equipa de Estocolmo deve ultrapassar um adversário muito mais fraco que ficou em 3º lugar na divisão inferior, mas o pesadelo de época já niguém o apaga. Apesar de longe de outros tempos, o clube mantém um equilíbrio financeiro que lhe garantia um campeonato mais tranquilo.