O FC Porto não foi capaz de superar o Chelsea e ascender ao 1º lugar. A equipa esteve solta, lutou e ameaçou. Mas não chegou. Não deslumbrou, nem desmereceu. Mas ganhou confiança e com (quase) todas as opções disponíveis o técnico Jesualdo só pode fazer a equipa crescer, daqui para a frente e quando mais é preciso para recuperar o terreno perdido.
A Champions é só lá para a Primavera e em Madrid decerto jogará uma equipa alternativa na sua totalidade. As provas domésticas ganham relevo exclusivo doravante e a capacidade do plantel ficará à prova em toda a sua extensão e profundidade.
Mas a falta do “killer instinct”, sempre patente nos jogos com o supercompetitivo Chelsea, não sendo pecha de agora, é limitativo na Europa. Ao mais alto nível, quem não marca sofre. Anelka deu os exemplos esta época. E em 2009 o FC Porto perdeu no Dragão com duas equipas inglesas, a nata da nata da Premiership, com quem nunca tinha perdido em casa. Foi por pouco, mas foi o suficiente. E tanto para lembrar a velha expressão de “sir” Bobby Robson: é preciso acabar com o jogo, “matar” o adversário. Esse instinto, porém, custa muito caro, além de se adquirir com o tempo.
Alguns portistas ficaram pouco convencidos das melhorias da equipa, depois do zero absoluto de jogo registado frente ao Marítimo. Mas as notas individuais dão confiança de que a equipa, tudo somado, volte a entrar nos eixos.
E se o resultado, de facto, não era o primordial frente ao Chelsea, a verdade é que a jornada desta semana na Champions, com apenas mais uma por disputar, não permitiu qualquer novo apurado para a fase seguinte. Isto é, a qualificação portista obtida a duas jornadas do final ganha relevo maior. Vamos para a última jornada e, além de algumas equipas “caírem” em definitivo para a prova de “salvação da época” que é a Liga Europa, há outras que vão ficar na expectativa até final, incluindo o Milan, o Real Madrid, o Inter e mesmo o… Barcelona.
Na Champions o “killer instinct” faz a diferença. São coisas da “alta-roda”. E até os ingleses sofrem com elas. O Liverpool, estranhamente relegado para a Liga Europa, lambe as suas feridas por causa de dois golos sofridos nos últimos instantes com o Lyon: perdeu em Anfield aos 90’ e sofreu o empate, por Lisandro, já nos descontos em França. É o sortilégio do futebol. Os “reds” não tiveram sorte, não tiveram o seu “killer instinct” depois de terem ganho vantagem em ambas as partidas. No seu caso, não é questão de falta de dinheiro, soluções (Torres continua lá), nem de tempo. É preciso sorte. Assim o talento dá mais frutos. Também não estava à espera de ver a Juventus superada com facilidade pelo Bordéus e em dois lances de… bola parada.
Outras coisas da Champions, menos valorizadas na era da globalização e queda das barreiras no mercado de transferências, é notar que o FC Porto apresentou frente ao Chelsea Beto, Rolando, Bruno Alves, Raul Meireles e Varela como internacionais portugueses. Do outro lado estava até Deco, num onze de Ancelotti que de internacional inglês só tinha o capitão Terry (depois entrou Joe Cole).
Isto um dia depois de o cosmopolita onze de Mourinho não conter qualquer italiano no onze, face a um Barcelona que não tinha só uma grande maioria de espanhóis, mas sim sete ou oito produtos da sua formação.
Vale a pena pensar nisto.
Mais um bom post.
Vale a pena pensar que o Porto é actualmente uma das melhores equipas europeias, tem-no comprovado em campo com boa exibições e estas a trazerem bons resultados, não só em campo como nos cofres, com vendas de valores iguais ou superiores Às melhores equipas europeias.
Rui Santos