A avaliação do mercado (de jogadores) não é fácil, até porque deixa os seus especialistas verdadeiros às vezes sob algum embaraço. Também neste ponto, como a “fazer o onze” para cada jogo, os adeptos dão largas à sua imaginação e… confusão. Depois, fica-lhes criticar o “trabalho” dos experts de mercado e demais directores-desportivos, porque as opções dos adeptos não restam para se debaterem… da mesma forma que “nunca perdem um jogo”.
Isto a propósito de avaliações, várias, avulsas ou centradas num clube apenas, que recentes acontecimentos e opiniões suscitam.
Tome-se Futre, na mais recente “opinião”. Pensei que Futre poderia lembrar que o golo de Hulk em Manzanares lhe faria lembrar o Futre que em 1987 foi arrasar para o Atl. Madrid: fuga em ziguezague e tiro poderoso com o canhoto. Mas não. Futre, que devia saber não ter feito a melhor opção desportiva quando trocou o campeão europeu pelo clube então de Jesus Gil y Gil, diz que Hulk tem como destino um clube “maior” do que o FC Porto. Há vários na Europa, de facto, mas de há muitos anos não está o clube colchonero entre os melhores. Se Futre pensa em Hulk para algum dos clubes, sete, que como o FC Porto passaram os últimos quatro anos a fase de grupos da Champions, então o destino de Hulk é mesmo um clube endinheirado capaz de pagar os 100 ME da sua cláusula. Aí faz sentido, embora fique a ideia de Futre, porventura, revendo em Hulk o diabólico esquerdino português que arrasou o Bayern de Munique em Viena, porventura imaginar Hulk como um novo Futre no Calderon.
Dos clubes que têm passado a fase de grupos da Champions nos últimos quatro anos, só Jesualdo Ferreira compete com “sir” Alex Ferguson, sempre presentes nesta pequena epopeia. Entretanto, com o Marselha desviado para a Liga Europa, o ex-portista Lucho podia “acompanhá-lo”, tal como está Lisandro pelo Lyon. São os sobressaltos na carreira de jogadores e treinadores. Mas tremeliques que não têm os adeptos que palpitam sobre isto e aquilo. Ainda há dias, inconscientes de que Lucho garantira quatro anos maravilhosos no Dragão com proveito de títulos e dinheiro na sua transferência irrecusável, muitos portistas lembravam o genial 8 argentino com saudade como se fosse, num período conturbado do FC Porto, a solução dos males que apoquentavam a equipa. Lucho que, há um ano, era apontado como em fora de forma…
Poderiam apontar-se muitas das risíveis tiradas de comentaristas mais ou menos conhecidos e “encartados” a papaguearem banalidades. Poderia equiparar-se-lhes o epíteto de “palhaços” com que os deputados da Nação se tratam neste triste circo político a que o Zé Povo dá o voto estupidamente. Bastaria, por exemplo, ainda sobre o Atl. Madrid-FC Porto, evocar como os homens de serviço na pobre RTP elogiavam os “fantásticos” jogadores Aguero e Forlan, enquanto Bruno Alves marcava de cabeça no 3º andar, Falcão actuava como “matador” e Hulk punha de novo, 10 meses depois, a cabeça em água aos defesas colchoneros. Fantásticos e extraordinários eram os jogadores do Atlético, os do FC Porto estavam lá para os estorvar, embora liderassem a partida de fio a pavio.
Mas há mais, ainda na vertente exploratória dos dotes de adivinho e de premonição de quem gosta de comentar as coisas da bola. Ciclicamente, o ex-portista Diego foi sempre referenciado como uma perda para o FC Porto. Ou porque era muito bom, ou porque os 5 ou 6 ME de encaixe na sua venda ao Werder Bremen foram escassos, ou porque a posterior transferência dos alemães para a Juventus (25ME), no Verão passado, era um negócio que o FC Porto deve “ter feito” e “acautelado”.
Pois bem, independentemente das culpas de Adriaanse em “despachá-lo” enquanto dava a pré-temporada na Holanda em 2006, da inadaptação de Diego ou da melhor saída para um equívoco para o qual o nº 10 brasileiro nunca deu a resposta conclusiva à equipa portista, a verdade é que Diego ficou, nestes quatro anos de qualificações portistas com Jesualdo, sempre na fase de grupos: antes com o Werder Bremen, agora com a Juventus.
É um facto que passa despercebido, eu sei e por isso aqui o deixo. E é um realce à capacidade do FC Porto continuar a brilhar, ganhando no campo e na tesouraria, comprando e vendendo grandes jogadores e sendo o ponto comum de um fio condutor da realidade que é a grandeza do clube: os jogadores e treinadores passam, o clube fica e segue em frente.
Ironicamente, isto é escrito na véspera de comemorar-se, sábado dia 12, 5 anos da vitória portista em Tóquio, na Taça Intercontinental, o último grande troféu conquistado por Diego (no desempate por penáltis em que foi expulso após converter o seu e ir azucrinar o g.r. Henao do Once Caldas), no tempo de Victor Fernandez no Dragão, Porque a Taça da Alemanha ganha pelos verdes de Bremen na época passada na despedida da equipa que antes perdera a Taça UEFA (Diego no banco por suspensão) em Istambul para o Shakhtar Donetsk, não deve ser um troféu à altura da categoria indiscutível de Diego, que aqui enalteço e não ponho em causa porque esse não é o ponto deste escrito.
Mas só lembra que os clubes fazem os jogadores e treinadores. E rancores como os que Diego manifestou durante anos nem lhe permitiram ganhos maiores nem apoucaram o FC Porto. Como se vê.
Crónica semanal do blog Portistas de Bancada para o Futebol "O desporto rei"
Acho que o Futre ainda não percebeu o crescimento que se verificou no FC Porto desde 1987...o que não deixa de ser estranho, porque ele também contribuiu, e muito.
Vi-o jogar ,deu-me algumas alegrias, foi um jogador fabuloso,dos melhores pé esquerdos que vi na minha vida mas......como diria o Romário " Calado era um poeta..."
Mas partiu para ganhar a vida dele.
Vestiu a camisola do FC Porto durante dois anos e FOI SÓ Campeão Europeu.
Pelas palavras dele ,passou ao lado de uma brilhante carreira .Nunca jogou numa equipa Grande.........
Nós vamos continuar a ser Grandes (embora com pouco poderio financeiro comparado com outros emblemas),outros viverão das recordações de terem sido Campeões europeus Só pelo FC Porto.......
Que azia do Paulo Futre. Num ano conseguiu engolir 4 Sapos Azuis!!!!