O número mágico e a triste sinaFoi assim em 1994, foi assim em 2005... e ao que parece vai ser assim em 2010: A seguir a um título, dá-se a saída de um conjunto de jogadores absolutamente determinante.
Em tempos defendi no Blog GeraçãoBenfica que os jogadores do Benfica deveriam permanecer para além dos títulos. Consolidar um projecto em nunca menos de duas épocas, ganhar dimensão internacional e sair depois para o topo da Europa do futebol.
A dimensão e projecção que o SLBenfica tem, que Porto e Sporting nunca terão por muitos anos de vida que venham a ter, permite-nos que - se aliarmos títulos a esta estrutura - os jogadores do Benfica apenas admitam sair para clubes como Barcelona, Real Madrid, Milan, Inter, Manchester, etc.
Um Benfica consolidado, capaz de apresentar aos jogadores e treinadores um projecto ganhador, com expressão europeia, capaz de visibilidade aos jogadores e restantes profissionais e marcar assim a diferença no panorama europeu, torna desinteressante qualquer projecto desportivo da dimensão de um Valência, Everton, Atl. Madrid, Portsmouth, etc.
É por isto mesmo que defendo que o Fundo de Jogadores veio penalizar a estratégia de 2010/11. Demos ao tema "venda de jogadores" uma pressão que não deveria ter e entrou na agenda do clube, jogadores e adeptos, a venda dos mais relevantes activos da equipa (DiMaria, Cardozo e
David Luiz), deixando em aberto outros que serão aliciados (Javi Garcia, Ramires, Saviola e Coentrão) e outros que poderão constituir boas oportunidades de retorno (Maxi Pereira, Yebda, Makukula, etc.).
O meu desejo é, então, que estes jogadores pudessem ter um percurso semelhante ao que vimos ter o Lyon quando apareceu na Europa do futebol e quando começou a dominar o futebol francês sustentado num trabalho exemplar efectuado por Le Guen, primeiro, depois Houllier, com jogadores como Juninho, Sylvain Wiltord, Sidney Govou, Florent Malouda, Essien, Fred e Grégory Coupet, entre outros.
Contudo o projecto desportivo do SLBenfica foi sustentado noutra dinâmica. Acredita-se na Luz que a saída de DiMaria, Cardozo e David Luiz (esperemos que fique por aqui) fará entrar nos cofres da Luz cerca de 100M€, que na prática não serão 100M porque parte já foi alienada aos Benfica Stars Fund, para meu desagrado.
Acredita-se, com isso, que Coentrão fará de DiMaria, que Fabio Faria fará de David Luiz... e que teremos com esses 100M capacidade para contratar um guarda-redes de top, um médio direito ao nível do Fábio (na esquerda) e mais uns ajustes.
Na minha opinião esta regeneração "à Porto" não só torna o Benfica num apetitoso ninho de empresários, como transforma os títulos não em projectos ganhadores ou numa cultura e mística de vitória, mas apenas num processo de transformação anual que enche os bolsos a empresários,
dirigentes e jogadores. Além disso... mesmo que essa substituição estivesse assegurada, quem ficará agora a proteger a retaguarda das "novas estrelas"? Hoje DiMaria tem o Fábio... e amanhã o Fábio terá quem?
Há casos de sucesso de regeneração de equipas, e o Manchester United é um clube que o faz com perícia, mas esses processos demoram cerca de dois anos, entre a entrada e/ou chegada à equipa do "eleito" até à efectiva saída da "estrela". Pelo caminho outras estrelas vão sustentando a "constelação", sempre com dois, três, cinco ou mais até anos de clube.
Estou absolutamente convicto que se não vendêssemos mais que um jogador (e a minha escolha recairia sobre Cardozo... procurando posicionar a entrada de... Huntelaar), estou certíssimo que DiMaria, David Luiz, Javi e Saviola seriam estrelas da Champions em 2010/11. Algo que dificilmente poderão sê-lo noutras realidades (pelo menos numa primeira fase), tolhidos pelos processos de mudança e pela integração das futuras constelações de estrelas.
Mas infelizmente não foi assim que a estratégia do futebol foi pensada, e à saída de DiMaria, David Luiz e Cardozo (e talvez mais algum) seguir-se-á um conjunto significativo de entradas de jogadores, uns para colmatar as saídas, outros para colmatar lacunas que já são deste ano... outros apenas "porque sim".
E desta forma, continuaremos a trilhar um caminho de difícil aculturação da mística benfiquista e de reféns das obrigações financeiras impostas por uma gestão demasiado dependente de
financiamentos externos e obrigações com bancos.
Crónica semanal do blog GeraçãoBenfica para o Futebol "O Desporto rei"
Concordo em grande parte. O Benfica devería tentar consolidar um projecto desportivo em que os jogadores faríam ciclos vitoriosos de 2/3 anos e só depois saiam. Não faz sentido vender 3 jogadores importantíssimos numa época desfalcando a equipa para o ano seguinte. A meu ver sairía apenas Di Maria. E digo Di Maria porque tal saída é inevitável até pela postura do jogador que mesmo quando chegou já vinha com ideias de outros voos. E sim porque Di Maria sairá para um Chelsea, Manchester ou Real Madrid. E deviamos apenas vendê-lo pelo valor da cláusula. David Luiz por mim não sairía, pela ligação que sinto ter com o clube com isso transmitindo muito aos jogadores novos que chegam. Se sair só Di Maria, parece-me que se consegue equilibrar as contas, até porque para o ano estaremos na Champions. E assim poderíamos dar continuidade a um projecto desportivo que nunca pode ter menos de 2 anos. Não se pode querer cometer os mesmos erros de há 15 anos atráz destruindo a espinha dorsal de uma equipa ganhadora.
E digo mais: Se o Benfica conseguir manter a equipa, isso será uma garantia para Jesus, que também não acredito que quererá mudar para qualquer Everton ou At. Madrid.
GB esqueceste-te do Urreta que poderá vir a ser muito útil para o lado esquerdo do meio-campo, ou, quiçá, Freddy Adu.
O Adu não acredito, já o Urreta parece-me um excelente jogador, do qual tenho as melhores referências.
Concordo Futebol,
Mas penso que o Adu é um jogador que merece mais oportunidades.
Sempre o admirei, e penso que seja outra "espécie" de Di Maria, jogador que, se calhar, possa vir a fazer voos mais altos
Parece que ninguém se deu ao trabalho de ler o post do António Fonseca, o Benfica tem que vender e bem, porque as contas assim o exigem. Não se esqueçam que o prejuízo de 13 milhões é só de meio ano e que não inclui as contratações de Janeiro e já inclui a manobra de passagem do Estádio para a SAD. Existe ainda outro ponto que eu acho que está a passar aos benfiquistas, e se o Jesus for embora no final da época????
Eu li Pedro, aliás não perco um posto do AF e quando se trata de economia então... Muito forte.