A selecção e o Sporting

A Selecção Nacional jogou em Coimbra e saiu de lá sob um coro de assobios. Os sinais deixados foram preocupantes e não são de agora, já os vimos em anteriores ocasiões. A mais preocupante, e para a qual não parece haver solução à vista é a finalização. No fundo, com melhor ou pior qualidade de jogo, foram desperdiçadas oportunidades em número suficiente para construir uma goleada. A 2ª parte do jogo acabou por ser demasiado pobre, embora a reacção do público também me tenha parecido excessiva.

O Sporting teve 4 jogadores convocados, a saber: Tonel, Moutinho; Pedro Mendes e Liedson. Os 2 primeiros não faziam parte da convocatória inicial e de fora ficaram ainda alguns jogadores cuja categoria pode assegurar lugar na lista final com visto para a África do Sul. De todos, a não convocação de Veloso para o particular de Coimbra é quase escandalosa. A fazer a sua melhor época de sempre, um jogador como ele é imprescindível num quadro competitivo como o de um Mundial, por oferecer várias soluções ao treinador, inclusive dentro do mesmo jogo. Jogadores assim são procurados por todos os seleccionadores como os cromos raros pelos coleccionadores.

Mas as possibilidades de Queiroz pescar em Alvalade para ao Campeonato do Mundo não termina nos nomes citados. Rui Patrício é um nome incontornável para completar o trio de guarda-redes, onde Eduardo é o único com lugar já garantido. Carriço na minha opinião, tem primazia sobre Tonel e só não sabemos se assim é na cabeça de Queiroz porque se encontrava lesionado à altura da convocatória.

Na lista de outsiders João Pereira mereceria ponderação se Miguel e Paulo Ferreira não parecessem viver dos rendimentos de épocas idas. É que há muito que nem nos seus clubes nem na selecção justificam a chamada. E tenho imensa pena que Carvalhal tenha desistido de Hélder Postiga, um jogador com muito mais para oferecer que um limitado Hugo Almeida. Postiga que na selecção, ao tempo de Scolari, viveu grandes momentos e provou poder ser de grande utilidade. Para que a candidatura destes jogadores vingue ”basta” que a equipa consiga manter o nível colectivo dos 2 jogos anteriores, porque a qualidade individual que possuem não lhes deve fazer temer qualquer tipo de concorrência.

Devo dizer porém que temo que, a bem da selecção, as opções de Queiroz estejam longe passar por aqui. Aliás receio parece-me ser o sentimento generalizado dos portugueses, quando se fala em Campeonato do Mundo. Quando se vê a Selecção jogar percebe-se bem porquê.