No jogo contra o Arsenal, mais uma vez o técnico Guardiola armou seu time num esquema tático mais próximo do 4-4-2 que do 4-3-3. Ele vem ensaiando isso desde o ano passado, seja com Iniesta fazendo o papel de meia-atacante pela esquerda, seja com Pedro na mesma função pela direita. Messi foi definitivamente deslocado para o centro. Não que o esquema não funcione. Funciona e bem. Mas é a mudança de um esquema que já é tradição no Barcelona: o 4-3-3.
Com as contusões de Iniesta, ainda em 2009, Guardiola começou a colocar Keita como volante marcador no lado esquerdo do meio-campo. Com o tempo, Keita tornou-se titular. O time passou a atuar sempre com dois volantes de marcação: Keita e Yayá Touré. Na continuidade de seu trabalho, Guardiola promoveu Sergio Busquets para o lugar de Touré como volante centralizado. Sem entrar nas convicções de Guardiola, considero Touré mais jogador que Busquets.
Com esses novos elementos, Guardiola passou a variar o tradicional 4-3-3 com o 3-3-1-3 (ou 3-3-2-2), o 3-4-3 e, finalmente, com o 4-4-2.
O 4-3-3 teve, primeiramente, Abidal na lateral esquerda e o trio Henry, Ibrahimovic e Messi no ataque.
Esse esquema permitia uma variação para o 3-3-1-3 (ou 3-3-2-2), com Abidal recuado para a defesa e Daniel Alves, Touré e Keita à frente de três defensores. Xavi como armador e Iniesta combinando as funções de meia e atacante atrás de dois homens de frente (por vezes Henry e Messi, Ibrahimovic e Messi, Pedro e Henry etc., dependendo dos jogadores disponíveis).
Outra variação era o 3-4-3, com um losango no meio-campo. Assim, teríamos Daniel Alves como meia pela direita, Keita como volante/meia pela esquerda, Busquets como volante centralizado e Xavi como armador na ponta ofensiva do losango. Iniesta como meia-atacante caindo pela esquerda, quando Messi está no time, ou pela direita, quando Messi não está e entram Pedro, Henry ou Ibrahimovic.
E, finalmente, Guardiola tem utilizado com frequência o 4-4-2. Pode ser com o desenho de um quadrado no meio-campo (dois volantes e dois meias), como contra o Dinamo Kiev,
ou uma linha de quatro, como contra a Internazionale
e contra o Arsenal.
Nesse 4-4-2, os laterais atacam quase todo o tempo, já que o time está mais protegido pelos dois volantes de marcação. E há sempre uma variação para o 4-3-3, uma vez que o Barcelona tem muita posse de bola e pressiona o adversário no campo defensivo. Um jogador de meio (Iniesta ou Pedro, no caso dos exemplos citados) sempre caem pelas extremas para dar opção de jogada. Os laterais aparecem para trocar bolas no meio-campo e também chegam ao fundo para cruzar. Na prática, o 4-3-3 continua vivo, mas precavido.
Por Marcelo Costa, do Esquemas Táticos.
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