Os intervalos dos jogos de futebol são dos espaços da televisão mais desejados pelos anunciantes. E, nesse campeonato, não há clube que se aproxime da Selecção Nacional. De acordo com a agência Carat – dados relativos ao segundo semestre de 2009 -, cada intervalo da Selecção representou um investimento publicitário médio de 1,6 milhões de euros (valores a preço de tabela). No mesmo período, o Benfica, o mais procurado pelos anunciantes, nem conseguiu chegar aos 800 mil euros…
Com público mais transversal e audiências superiores aos clubes, os jogos da equipa das quinas “são muito apetecíveis” para os anunciantes, explica André Andrade, CEO da Carat. O responsável explica que estas partidas contam com público diferente dos jogos dos clubes, nomeadamente com mais mulheres e jovens a ver os jogos.
Mas, para os anunciantes, qual a importância de um ‘break’ publicitário num jogo de futebol? André Andrade considera que estes espaços não são muito diferentes dos restantes intervalos comerciais. A excepção são as marcas que já estão ligadas ao futebol. Essas “querem estar presentes para aumentar a visibilidade”. Para os restantes anunciantes, estes espaços são importantes pelo número de pessoas que conseguem agregar, garantindo um elevado número de GRP (Gross Rating Point, número de contactos por anúncio) às marcas.
O efeito TVI
O efeito TVI, estação que emitiu os jogos de apuramento para o Mundial da África do Sul, é também importante para o maior investimento na Selecção. Os jogos da Liga são transmitidos pela RTP1 que tem uma limitação legal: seis minutos de publicidade por hora, metade do que os privados podem vender. Além disso, a TVI ainda beneficia do estatuto de líder de audiência, o que permite um maior número de GRP aos anunciantes.
De resto, este efeito é também sentido nas contas dos clubes. Analisando os números do investimento publicitário em todas as competições nacionais o Benfica lidera com uma média de 780 mil euros por intervalo. No entanto, retirando o efeito Taça de Portugal (competição emitida pela TVI), o valor cai para os 518 mil euros por ‘break’, um valor inferior à média do FC Porto (547 mil euros) e do Sporting (537 mil euros).
Já no que diz respeito às competições europeias, a liderança é do Sporting, com uma média de 666 mil euros. Uma vez mais, o clube beneficia do efeito TVI que emitiu um dos jogos do ‘play-off’ de apuramento para a Liga dos Campeões. Sem esse jogo, a média dos leões é de 554 mil euros, menos que os 610 mil euros do FC Porto que disputa a Liga dos Campeões.
Destaque ainda para as empresas de retalho, os maiores anunciantes no futebol. No período em análise, o Modelo-Continente foi o maior investidor nos jogos de apuramento da Selecção principal e da Liga. Já o Pingo Doce liderou nos investimentos na Liga dos Campeões. O BCP é o maior anunciante da Taça de Portugal, prova a que dá nome, enquanto que a Reckitt Benckiser domina na Taça da Liga.
Fonte: Económico
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