QUE LIÇÃO! Muitos poderiam aprender com a Alemanha e o seu treinador. Sem vedetismos, sem procurar o jogador A ou B, sem processos individuais... mas com muita solidariedade defensiva e ofensiva, enfim, uma equipa.
Loew não tem a imagem de Mourinho, nem as páginas de jornais de Capello, Hiddink ou Benitez. Este ex-jogador da década de 80, Joachim Loew fez carreira em clubes modestos enquanto jogador e até enquanto treinador. Curiosamente, treinou quase todos os clubes onde jogou até chegar em 2006 à selecção como assistente.
A Alemanha sabe, há três edições consecutivas que estão no top 4 dos Mundiais, que a partir dos 1/8 de final já não se pode contar com processos individuais para suportar os objectivos da equipa. Foi esse o pecado de equipas como a Inglaterra (Lampard), Portugal (Ronaldo), Argentina (Messi), Brasil (Kaka)... todas elas já seguiram para casa e duas cairam aos pés da Alemanha com derrotas impressionantes (4 golos).
É óbvio por esta introdução que a Argentina de hoje não funcionou, porque Aguero estava no banco, porque Messi e DiMaria não conseguiram resolver nada sozinhos, porque a defesa é frágil, enfim... porque Maradona manda-os lá para o dentro e espera que solucionem tudo sozinhos.
A tudo isto não será alheio o golo marcado de bola parada pelos germânicos aos 3 minutos da primeira parte. Muller marcou na sequência de um livre cobrado na esquerda e com esse resultado chegou-se ao intervalo, num jogo dividido mas com claro ascendente da Alemanha.
Na segunda parte sucederam-se as jogadas de ataque e contra-ataque em equipa dos alemães, a contrariar iniciativas individuais sempre mal sucedidas por parte dos argentinos.
De forma natural apareceram os golos de Klose (68 e 89') e do defesa Friedrich (74), sempre em jogadas de envolvimento, com a Alemanha a posicionar vários jogadores no ataque perante uma defesa totalmente desnorteada, pouco solidária e raramente a contar com o apoio dos jogadores do ataque, ao contrário do que se via na Alemanha com Podolski e Ozil a fazerem frequentes apoios defensivos.
A Alemanha não surpreendeu e na Argentina apenas surpreendeu que as "estrelas" não tenham funcionado. De Maradona não era suposto esperar-se mais, mostrando-se ao nível de outros seleccionadores sem capacidade para liderar uma escalada até ao título Mundial.