Voltando ao tema da fadiga mental, encontrei a seguinte passagem, numa determinada obra:
"Em defesa desta tese encontra-se Souness, afirmando que é tudo uma questão psicológica, pois jogou durante muitos anos duas vezes por semana e a rotatividade não era uma necessidade."
Ou seja, Souness passou anos jogando 2 jogos por semana e consequentemente não tendo o tempo necessário para se recuperar completamente da fadiga mental, que se considera um periodo de 3 a 4 dias. Então, o que podemos deduzir é que Souness mesmo não tendo o tempo preciso para a recuperação, de acordo com a Periodização Tática, ele não sofria a fadiga mental.
Isso é curioso. Porque alguns jogadores dizem sentir e outros não a fadiga mental. É bem verdade que isso pode variar porque poderia ser considerado um princípio individual biológico.
Mas também pode não ser um princípio individual biológico. Pode ser um "principio cultural que se incorporou ao nosso DNA coletivo e agora já o encaramos com normalidade", isto é, o ser humano é um ser cultural, se uma coletividade passa a considerar e difundir a ideia de que não da para jogar 2 ou 3 jogos por semana porque isso causa uma fadiga mental e fisica, as pessoas tomam isso como verdade de forma que se torna um dogma, como um aspecto religioso mesmo.
E é assim, sem chegar a nenhuma conclusão, como sempre, deixo aberto o post de hoje.
Sporting 1- Arsenal 5: Arsenal nuclear
Há 3 horas
Boas!
Tento ver as coisas de outra prespectiva.
Acho que a recuperação da fadiga mental é treinavel, tal como a recuperação fisiológica, com o treino acaba por acontecer em menos tempo.
É através do treino que tentamos que a acomulação de ácido láctico comece a acontecer cada vez mais tarde, para permitir performances cada vez mais altas ( se quisermos olhar para as coisas com essa prespectiva ).
Da mesma maneira, a recuperação é treinavel.
Num campeonato onde se joga constantemente ao sabado e quarta feira, vão ocorrer adaptações ( tanto na metodologia, como nos aspectos que estamos a tratar ).
Num campeonato onde esses jogos a meio da semana ocorram esporádicamente, essa adaptação não ocorre e quando os jogos acontecem nota-se grandes diferenças.
Agora.. há outros problemas ai.. Em Portugal joga-se 6a, sabado, domingo e segunda, e depois as competições europeias e tal. Ou seja, o Microciclo raramente é estável, raramente se joga durante 1 mês sempre ao sabado, ou sempre ao domingo. Há microciclos com jogo a segunda e a 6a, enquanto que outros jogam 6ª e só no domingo seguinte.
Havendo assim, constantes alterações na estrutura do microciclo, prejudicando adaptações ao treino de maneira a que se consiga recuperar mais rapidamente. Seja da Fadiga Mental, seja Fisiológica.
Fez sentido ?
Primeiro, valeu por comentar professor Bruno...
Para mim faz sentido sim a analogia que o professor usou, ja que a partir do momento que vou constantemente e periodicamente tendo fadigas mentais passo a adquirir uma certa resistencia, talvez sofra a fadiga numa menor intensidade.
Tambem me peguei pensando o seguinte: Se a fadiga tem uma duracao x, teria alguma maneira de encurtar esse processo (de recuperacao) ? Talvez seja um pouco ridiculo, mas pensei, por exemplo, em yoga ou algo do tipo.
EE uma questao (acho) ainda aberta.
Um abraco!