Começaram os quartos-de-final, e com eles voltou a emoção.
No primeiro jogo, esperava-se um grande espectáculo, e não era para menos, encontravam-se Brasil, crónico candidato à conquista do troféu, e a Holanda.
No início tudo parecia apontar para uma tarde de sonho para os “canarinhos”, que marcaram cedo e jogavam a seu bel-prazer, a Holanda, embora reagindo bem ao golo sofrido, era inconsequente face ao futebol bonito e perfeito praticado pelo Brasil, o melhor por eles exibido na competição.
No entanto, a Holanda entrou transfigurada no segundo tempo, e fruto duma grande exibição quer colectiva, quer individual de alguns jogadores conseguiu a primeira reviravolta deste Mundial e arrumou o Brasil com duas bolas a uma.
Num jogo com duas partes distintas, a Holanda por aquilo que fez na segunda parte mereceu a vitória naquele que foi o melhor jogo do Mundial e a consequente passagem às meias-finais. Robben e Sneijder, impulsionados por um grande colectivo, mostram a cada jogo que passa que esta laranja se pode tornar mecânica.
Na outra partida do dia, que opôs o Uruguai, à única selecção do continente anfitrião em prova, Gana, houve emoções fortes, impróprias para aqueles com problemas cardíacos. O jogo foi sempre repartido, e muitas vezes bem jogado, e por existir todo esse equilíbrio chegou aos 90 minutos empatado a uma bola. No prolongamento, o nó persistia em não ser desfeito, até que aos 120+2’ livre na direita a favorecer o Gana, bola bombeada para a área e, no meio de uma confusão enorme, Suaréz é “obrigado” a defender com as mãos a bola que se preparava para transpor a linha de golo. Sem grandes dúvidas Olegário Benquerença assinalou de pronto grande-penalidade. Era um final dramático, Suaréz, expulso, saiu do campo a chorar, e com ele, certamente, milhões de uruguaios. Esta tristeza contrastava com a alegria e euforia dos ganeses que sentiam as meias-finais tão perto. Chamado para cobrar o castigo máximo, Gyan, cheio de confiança atirou ao ferro, naquele momento em que o tempo parou, os sentimentos de uruguaios e ganeses, quer dentro das quatro linhas, quer por esse mundo fora, sofreram uma volta de cento e oitenta graus. E lá foi a partida para a decisão na lotaria das grandes penalidades, aí o Uruguai levou a melhor e “El Loco” Abreu selou a passagem com um penalti “à Panenka”. Suaréz acabou por ser decisivo.
O Uruguai, organizado, agora com a confiança reforçada e com Forlán a aparecer nos momentos decisivos já pensa nos tempos de outrora e em alcançar a final, mas para isso terá de ultrapassar a Holanda. Mais um grande jogo em perspectiva.
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