Paulo Bento tem "o perfil ideal", segundo uma fonte federativa revelou ao JN, para suceder a Carlos Queiroz no comando da selecção nacional, isto caso, obviamente, o actual seleccionador seja dispensado, um desfecho que parece, cada vez mais, inevitável.
Como é improvável que Carlos Queiroz continue em funções, dado ter ficado mais fragilizado com a "guerra fria" existente, é necessário encontrar o sucessor, até porque, a 3 de Setembro, as quinas iniciam a campanha para o Euro 2012, com Chipre, em casa, e, quatro dias depois, na Noruega. Provisoriamente, há sempre a possibilidade de recorrer a Agostinho Oliveira, como já sucedeu antes da entrada de Scolari. Porém, a solução mais estável parece ser a contratação de Paulo Bento, técnico sem clube, depois de ter treinado o Sporting.
O jovem treinador tem, por outro lado, um bom relacionamento com os jogadores, o que não acontece com Carlos Queiroz. E a escolha seria, segundo o JN apurou, bem acolhida pelo capitão da selecção, Cristiano Ronaldo, companheiro de técnico no Sporting, em 2002/03. Adepto do futebol de formação, Bento é visto como o treinador ideal para fazer a inevitável renovação da selecção. Mas apenas será abordado caso o actual seleccionador deixe o cargo.
Há uma reunião da Direcção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) agendada para hoje, a partir das 15 horas, mas que servirá, unicamente, para todos os dirigentes fazerem o ponto da situação e serem esclarecidos sobre o processo que envolve Carlos Queiroz e o Instituto do Desporto de Portugal (IDP), que lhe levantou um inquérito, por alegadas ofensas a funcionários, aquando de um controlo efectuado no estágio da Covilhã.
Técnico ameaça com a FIFA
Assim, esta reunião não pode ter um carácter deliberativo, porque ainda falta ter acesso ao relatório do Conselho de Disciplina (CD) que está por concluir, porque falta, precisamente, fazer a audição ao seleccionador. Este já foi notificado, mas não acusou a recepção da notificação, o que deverá acontecer depois de chegar, hoje, de Moçambique. Todas as outras testemunhas foram ouvidas, mas a audição de Queiroz é, logicamente, peça-chave no processo.
Para já, o seleccionador, em declarações à RTP N, diz-se "chocado e estupefacto" com o que se está a passar, até porque não foi ouvido, "um direito de defesa" que qualquer cidadão tem, criticando, também, a "ingerência" do IDP na FPF. Por isso, não acredita que a Federação tome uma decisão "sem ouvir uma das partes" e avança mesmo que a situação até pode chegar à FIFA...
O CD reuniu-se, ontem, depois de ter transformado o inquérito em processo disciplinar, para abordar o assunto e ficar apto, depois de ouvir Queiroz, a tomar uma posição. Uma decisão possível, caso haja fundamento para tal, será a suspensão de Queiroz por dois anos, o que evitava a rescisão amigável, que o ainda seleccionador, aliás, dificilmente aceitará... Sendo assim, restaria à FPF avançar para um despedimento por justa causa - sem este expediente, a FPF teria de indemnizar o técnico em cerca de três milhões de euros -, embora haja causídicos que não descortinam razões legais para tal fundamento. Só que a questão, entretanto, iria arrastar-se pelos tribunais, permitindo à FPF encontrar uma alternativa. "Para já, Carlos Queiroz conseguiu uma união nacional em relação à sua saída", confidenciou fonte federativa ao JN.
Texto: JN
Modalidades: revista da semana
Há 1 dia
0 golos