É uma época a começar muito mal para o homem que já anunciou ter a certeza que vai ganhar a Champions, embora não tenha minimamente sugerido onde nem quando. Naturalmente, pois todos percebemos a particularidade do momento em que essa ambição foi proferida.
O jogo com o FCP já tinha deixado a ideia de que a velocidade e a dinâmica se perderam em grande parte, e os jogos com a Académica e o Nacional revelaram que a "estrelinha" de campeão não aparenta, esta época, querer brilhar para os lados da Luz.
O jogo com o FCP já tinha deixado a ideia de que a velocidade e a dinâmica se perderam em grande parte, e os jogos com a Académica e o Nacional revelaram que a "estrelinha" de campeão não aparenta, esta época, querer brilhar para os lados da Luz.
Não é só Ramires que faz esta diferença toda.
No ano passado, tudo parecia correr bem ao Benfica, este ano não. Há precisamente um ano atrás, Jesus vencia em Guimarães, em cima do minuto 90, após dois lances de golo feito que os vitorianos perderam (na altura com o erro de Quim a resultar apenas numa bola ao poste), pese embora também Cardozo ter falhado a conversão de um penalty. O Benfica ainda não era uma máquina demolidora, mas os adeptos sentiram que alguma coisa de diferente, rompendo com o passado, estava a acontecer, e a pré-época, discurso, semblante e atitude de Jesus foram por certo elementos essenciais nesse sentimento.
Pois é precisamente isso que mais me intriga, no meio deste actual momento. É, em total sentido contrário, novamente a imagem, semblante e discurso muito pouco determinados de Jorge Jesus que dão um tom de descrença a (já muitos) adeptos do Benfica. E este, sim, pode ser o maior obstáculo à repetição da época passada. Mais do que a perda de Ramires ou Di Maria e os fantasmas da perda dos restantes, que pelos vistos estão a afectar mais o técnico do que os adeptos, quando uma das missões de um "grande" mister é tanquilizar a massa associativa nesses momentos.
Todos percebemos a forma de estar de JJ, quando está por cima. Mas, por baixo, tem-se revelado muito pouco motivador. E isso é mau, principalmente para ele, cuja ambição de ser um treinador de top tem que ter neste aspecto uma moldura diferente... acho eu.
E, outra questão onde a sua capacidade de liderança está posta à prova, é o dossier "Roberto". Aposto que ninguém gostaria de estar na pele do homem que tem este dilema: devolver Roberto às mãos do Presidente, isto é, retirar-lhe a titularidade e assim deixar claro que esgotou a paciência sobre um guarda-redes que tem evidentes problemas de tempos de intervenção, e com isso ganhar a confiança de adeptos e defesa, mas deixar LFV com a primeira estrondosa, e até embaraçosa, derrota da época - o guarda-redes mais caro da história da Champions confirmar-se um flop, o que, no mínimo, sugere mau trabalho de scouting e negocição, porque tenho dúvidas que tenha sido Jesus a escolhê-lo -; ou mantém o espanhol, benzendo-se e na esperança deste provar o que custou e assim dando um grande "jeito" à SAD na sua capacidade de comprovar que sabe construir uma equipa com futuro e não depende da sorte de um bom ou mau treinador.
No fundo, está em causa provar aos adeptos que o sucesso do título 2009/2010 foi esmagadoramente obra do treinador SAD, ou mérito da SAD por que conseguiu atrair bons jogadores e um bom treinador, ou uma efémere cumplicidade entre os dois, que ainda não se provou ser eterna mas pode dar certo. (Não perdendo de vista que dificilmente JJ olha para o seu futuro como uma relação de muitos e longos anos no SLB).
Não quero activar aqui grandes discussões. Este foi um mero comentário de ocasião, fruto de um momento histórico no SLB que não encontrava semelhante há 58 anos, e não deixa de ser um espanto após tudo o que se viu nos últimos meses.
Vamos ver os próximos tempos. A procissão ainda vai no adro, e nenhum adepto de SLB, FCP ou SCP deve já fazer prognósticos correndo elevados riscos de os falhar.
Todos percebemos a forma de estar de JJ, quando está por cima. Mas, por baixo, tem-se revelado muito pouco motivador. E isso é mau, principalmente para ele, cuja ambição de ser um treinador de top tem que ter neste aspecto uma moldura diferente... acho eu.
E, outra questão onde a sua capacidade de liderança está posta à prova, é o dossier "Roberto". Aposto que ninguém gostaria de estar na pele do homem que tem este dilema: devolver Roberto às mãos do Presidente, isto é, retirar-lhe a titularidade e assim deixar claro que esgotou a paciência sobre um guarda-redes que tem evidentes problemas de tempos de intervenção, e com isso ganhar a confiança de adeptos e defesa, mas deixar LFV com a primeira estrondosa, e até embaraçosa, derrota da época - o guarda-redes mais caro da história da Champions confirmar-se um flop, o que, no mínimo, sugere mau trabalho de scouting e negocição, porque tenho dúvidas que tenha sido Jesus a escolhê-lo -; ou mantém o espanhol, benzendo-se e na esperança deste provar o que custou e assim dando um grande "jeito" à SAD na sua capacidade de comprovar que sabe construir uma equipa com futuro e não depende da sorte de um bom ou mau treinador.
No fundo, está em causa provar aos adeptos que o sucesso do título 2009/2010 foi esmagadoramente obra do treinador SAD, ou mérito da SAD por que conseguiu atrair bons jogadores e um bom treinador, ou uma efémere cumplicidade entre os dois, que ainda não se provou ser eterna mas pode dar certo. (Não perdendo de vista que dificilmente JJ olha para o seu futuro como uma relação de muitos e longos anos no SLB).
Não quero activar aqui grandes discussões. Este foi um mero comentário de ocasião, fruto de um momento histórico no SLB que não encontrava semelhante há 58 anos, e não deixa de ser um espanto após tudo o que se viu nos últimos meses.
Vamos ver os próximos tempos. A procissão ainda vai no adro, e nenhum adepto de SLB, FCP ou SCP deve já fazer prognósticos correndo elevados riscos de os falhar.
Excelente texto amigo AF.
Palmas para este artigo...
Concordo especialmente quando referes que o problema é de falta de atitude/ambição/motivação...
Também penso que mais que a falta de Ramires e Di maria falta a ambição, o crer, a garra do ano passado, e alguns jogadores parece que ainda estão de férias, o David Luiz, o Ruben Amorim, Javi, Aimar, Cardozo, e não temos 2ª linha com experiência suficiente para entrar e dar a volta...
E também achei esta pré-época um pouco estranha, mas não sei dizer porquê...
Vai ser um ano muito difícil...