Eslováquia e Nova Zelândia disputam esta terça-feira o segundo jogo da 1.ª jornada do Grupo F do Mundial da África do Sul, já depois de ontem Itália e Paraguai se terem empatado na partida inaugural deste mesmo grupo na competição.
Para muitos este jogo não terá grande interesse, um sério candidato a pior jogo do Mundial. Mas no fundo antevejo uma enorme revelação nesta partida, não que os europeus não sejam mais fortes, mas penso que irão vencer com muita facilidade e de goleada. Depois do empate de ontem, os eslovacos têm tudo a seu favor para assumir a liderança do grupo F.
Conquistando os três pontos os eslovacos irão então assumir o papel de outsider do grupo e talvez poderão ser a grande sensação da prova. Liderados por Marek Hamsik, quem sabe se para além de discutirem a qualificação com o Paraguai, não colocarão a Itália em apuros para se qualificar para a próxima fase.
Acredito que a Eslováquia pode perfeitamente alcançar uma boa exibição contra os transalpinos e um empate entra ambos complica as contas do grupo. Se Paraguai, Eslováquia e Itália terminarem empatados no grupo, aí conta os golos e é aqui que a Nova Zelândia assume preponderância.
Pelo pouco que vi dos neo-zelandeses gostam de jogar abertos, apesar da sua aptidão “rudimentar” para o jogo. Mas penso que contra a campeã do mundo em título, obviamente que tentarão defender com unhas e dentes. Já contra as outras duas equipas prevejo que se estiquem muito no campo e que saiam fortemente penalizados no resultado. Logo se estas meras possibilidades acontecerem a Itália pode mesmo estar em maus lençóis.
Hoje a Nova Zelândia nada tem a perder, por isso deverão tentar privilegiar o espectáculo, logo a Eslováquia deverá sair como a grande beneficiada da 1.ª jornada do Grupo F. Atenção não se associe Eslováquia a Eslovénia – o que é bastante normal e frequente – porque ambas são muito diferentes. Penso que esta Eslováquia nada tem a ver com os seus vizinhos de leste.
Para quem já sente o nervoso do jogo de Portugal, aqui está um belo desafio para se ver no conforto do seu lar, para o tempo passar. Sem colocarem grandes expectativas sobre nenhuma das selecções é assim que se pode às vezes ser surpreendido pelos outsiders…
Sistema Táctico...
Os eslovacos deverão apresentar um 4-4-2 clássico, à semelhança daquilo que o Paraguai mostrou ontem, mas com uma vantagem, com um pensador de jogo e de enorme qualidade (Hamsik). A táctica dos Guaranis apoia-se mais numa linha de quatro "guerreiros" no miolo, jogadores combativos e de grande capacidade física, um pouco ao estilo dos europeus, mas com a diferença que já referi.
A Nova Zelândia, para além do desconhecimento que tenho sobre esta selecção, deverá apresentar um 4-5-1. O mais óbvio é que se adaptem ao adversário durante os vários momentos da partida, mas prevejo que de início joguem só com um homem na frente de ataque e os do meio-campo irão surgir e estenderem-se ao longo do terreno para apoiar no ataque.
Estrelas da companhia…
Os oceânicos têm muitos jogadores desconhecidos, que jogam a maioria no seu país. O capitão Ryan Nelsen é o mais reputado pois joga em Inglaterra no Blackburn. Certamente que o defesa será a muralha dos neo zelandeses. Destaque também para Killen que atua no Middlesbrough. Deverá ser a única unidade capaz de criar perigo do meio-campo para a frente. De resto, devido ao seu desconhecimento, o jogo de hoje será muito bom para descortinar mais-valias nesta selecção, que quanto a mim deve ser a pior da prova. Sim, até pior que a Coreia do Norte.
Já a Eslováquia, para além do craque Hamsik que irá liderar o miolo da selecção europeia, conta com mais alguns bons jogadores, mas valem essencialmente pelo seu todo. O central do Liverpool, Skrtel, esteve em dúvida nos últimos dias, mas se jogar será certamente muito importante na manobra eslovaca. Na defesa destaque igualmente para a presença do ex-Porto Marek Cech. Do meio-campo para a frente algumas referências individuais. Weiss, filho do seleccionador, um jovem talento que atua em Inglaterra e que pode desequilibrar. Atenção também a Marek Sapara, ele que, caso jogue, pode ser a muleta de Hamsik no centro do terreno. Na frente, existem jogadores como Holosko e Sestak, mas o mais perigoso de todos é sem dúvida Vittek, jogador com muitos anos de Bundesliga e que atualmente joga na Turquia. Mas o que mais admiro - que pode não jogar devido a lesão - é o pequeno e explosivo Miroslav Stoch de 20 anos. Pertence aos quadros do Chelsea e vai representar o Fenerbahce na próxima temporada, depois de na última ter estado emprestado ao Twente. Vi alguns jogos dele, principalmente os dois com o Sporting para a Champions, e posso garantir que é um desequilibrador nato.
Comecem a instalar-se porque é nestes jogos menos badalados que às vezes surgem grandes surpresas!
João Vasco Nunes
Modalidades: revista da semana
Há 1 dia
Já tou feliz só por ter acertado a táctica da nova zelandia lolol 433 a atacar e 451 a defender... a Eslováquia é também um 442, com um pivot mais defensivo e Sestak a dez