Estão encontradas as quatro melhores selecções do Mundo neste campeonato. Espanha, Holanda, Alemanha e Uruguai.
Depois de ter "despachado" nos 1/8 de final a Inglaterra com quatro golos, a Alemanha repetiu a "chapa 4", mas desta vez sem resposta e perante um declarado e forte candidato à vitória, a Argentina.
Como já tinha escrito após o jogo, à Argentina faltou treinador, sentido colectivo e estratégia. Juntar 11 bons jogadores, alguns deles verdadeiras estrelas, já não chega quando chegamos aos 1/4 de Final de um Campeonato do Mundo. É preciso mais do que o "show Maradona", muito mais! E com isso a fria, mas solidária Alemanha trucidou literalmente a Argentina, mandando Maradona para casa e, diz-se, para fora do comando da selecção.
Quem também caiu foram os arqui-rivais da Argentina, o Brasil. Defrontando a poderosa e rapidíssima Holanda, os brasileiros deixaram também a descoberto as fragilidades de um grupo composto acima de tudo por individualidades e não por uma equipa, um grupo.
Num jogo que até começou de feição, a Holanda - tal como a Alemanha - deu uma lição táctica aos brasileiros que se apresentam, claramente, num momento de futebolístico inferior face a selecções de anos anteriores. A tal não será alheio o facto de serem também orientados por um treinador com menor experiência e carisma do que em anos anteriores.
Na outra partida dos quartos de final, a Espanha superiorizou-se ao "autocarro" do Paraguai, que ainda assim desperdiçou na segunda parte a oportunidade de passar para a frente do marcador, ao falharem um penalty pelo benfiquista Oscar Cardozo. Contudo, a Espanha pareceu sempre dominadora do encontro, com enorme superioridade e adivinhava-se o golo, que apareceu dos pés do inevitável David Villa.
Por fim, a cada vez menos surpreendente selecção do Uruguai, tal como se esperava, afastou a selecção africana que restava em prova, o Gana. Num jogo novamente dominado pelos Uruguaios que são agora a única equipa em prova que conta apenas por vitórias os jogos no Campeonato do Mundo da África do Sul.
Assim, arrisco dizer que está nas meias finais quem realmente merece. As selecções que mais funcionaram como equipa, como grupo, de forma solidária e com estratégias bem definidas jogo a jogo. Sem individualidades, sobressaem nestas equipas acima de tudo os conjuntos, sem destaques ou vedetismos ou dependências individuais que caracterizaram selecções que já ficaram pelo caminho como o Brasil, Argentina, Portugal ou Inglaterra.
Nos quartos de final defrontam-se Uruguai e Holanda, no jogo que deverá por fim à caminhada dos sul americanos, levando esta nova versão de "laranja mecânica" à final do Mundial. No outro jogo, a Alemanha enfrenta mais uma final antecipada, depois de Inglaterra e Argentina, defrontando agora a perigosa selecção espanhola.
Entre alemães e espanhóis, é claramente um jogo de tripla no totobola, pois se de um lado está a solidariedade e a frieza defensiva, do outro lado está o futebol cirúrgico e apoiado de ataque continuado e posse de bola. Um jogão em perspectiva.
Se tiver que fazer prognósticos, aposto numa final Holanda x Espanha que, pelo que temos visto em termos de qualidade de futebol praticado e de qualidade do trabalho dos treinadores, é a melhor final que este Campeonato do Mundo poderia ter.
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