Quando a confiança está no TOPO torna-se mais fácil conjugar o verbo ganhar
O encontro de ontem à noite, onde o FC Porto venceu o Braga por 3-2, só pecou por uma coisa. Ter durado somente noventa minutos, uma vez que foi muito mais do que um simples jogo de futebol, foi um espectáculo recheado de emoção e qualidade. Sinto-me um privilegiado por poder ter assistido ao vivo a este magnífico jogo. Acho importantíssimo realçar, antes de tudo, o aspecto emocional da equipa portista, TODOS acreditaram até ao fim que era possível alcançar a felicidade, vencendo o encontro, e só assim se consegue atingir os objectivos mais complicados, acreditando cegamente nas nossas competências! Para quem assistiu ao jogo e para quem reparou na forma como os jogadores do Porto reagiram aos dois golos sofridos penso que estiveram sempre cientes de que esta equipa iria sair daquele estádio com os três pontos, quando os índices de motivação e confiança estão bem lá em cima, como é o caso, tudo parece ficar mais simples. Muito mais do que jogar bem, o FC Porto possui uma inteligência emocional espantosa e isso foi fundamental no jogo de ontem! Passando à equipa comandada por Domingos Paciência, posso afirmar que é, na minha opinião, um candidato ao título, marcar dois golos no Dragão, estando por duas vezes a vencer, bater-se de igual para igual no estádio de uma equipa tão motivada como é a de Villas-Boas, dosear na perfeição o tempo para defender ou para explodir em contra-ataque são, de facto, motivos mais do que evidentes para os adeptos bracarenses sentirem orgulho e acreditarem que é possível alcançar o título! Mas, acima de tudo, penso que algo extraordinário e muito difícil de se ver no futebol actual é mesmo a eficácia desta equipa minhota. Não precisa ter muitas oportunidades de golo para marcar, se tiver 4 ou 5 por cada jogo pode muito bem fazer 2 ou 3 golos e isso é algo que encanta qualquer treinador.
A lição foi bem estudada por Domingos Paciência e o Braga esteve organizado a nível defensivo, defendendo quase sempre com todos os jogadores no seu meio-campo, com Luís Aguiar muito próximo de Lima, juntamente com Alan e Paulo César a formarem uma linha de quatro homens na pressão ao início do processo ofensivo portista, cortando quase todos os espaços. Com isto foi bem visível a dificuldade para a equipa orientada por André Villas-Boas conseguir sair a jogar de forma rápida e segura, nem mesmo a descida de João Moutinho para romper a primeira linha de pressão bracarense era suficiente. Sendo assim, foi possível observar Rolando a assumir as responsabilidades no início da construção e, infelizmente para o Porto, o primeiro passe do internacional português saía quase sempre mal! Mas se o colectivo não funciona tão bem é necessário recorrer às individualidades e aí é Hulk que aparece na maioria das vezes. Este jogador brasileiro é o jogador do onze inicial portista mais “contra o colectivo”, mas quando tem espaço para embalar é bastante difícil pará-lo, pois a requintada técnica aliada à sua velocidade estonteante levam muitos dos seus adversários à insanidade mental. Mesmo assim, acho importante abordar o facto da pouca inteligência no seu jogo, por vezes fiquei a pensar até que ponto o encontro de ontem não seria “Hulk VS Braga”. Levantar a cabeça, entender que o seu companheiro de equipa tem mais facilidade para o remate do que ele e perceber até que ponto o passe não será melhor do que o drible ou o remate são, como é óbvio, coisas pouco complicadas, mas que Hulk ainda sente dificuldades em entender. Não obstante do seu ENORME talento!
O Braga não tem como princípio do seu jogo chegar em organização à baliza adversária, não quer nem precisa de muita circulação para conseguir tal coisa, aposta na objectividade e na velocidade. Para isso, possui Leandro Salino e Alan, dois especialistas a iniciarem ataques rápidos, sabem quando devem continuar velozmente em posse ou então quando devem fazer o passe longo, aproveitando a velocidade dos seus colegas de equipa. Para terminar, acho importante realçar a qualidade do avançado da equipa da casa, Radamel Falcao não marcou nenhum golo ontem à noite, mas foi tão ou mais importante do que Varela ou Hulk. A maneira como ele consegue escapar aos seus adversário é impressionante e é, ao contrário de Hulk, um jogador que potencia e de que maneira o colectivo. A sua inteligência demonstrada em alguns pormenores no encontro de ontem, como por exemplo no lance do remate de Ruben Micael por cima. Grande parte dos avançados naquela situação recebiam a bola e tentavam de imediato o remate. O colombiano não, reparou que tinha o Ruben a entrar nas suas costas e deixou a bola passar para o português fazer o remate, foi pena a bola ter ido por cima, mas ficou a intenção de Falcao, demonstrando mais uma vez que o seu egoísmo típico de um avançado é bastante reduzido, potenciando com isso o JOGAR da sua equipa! A meu ver, Radamel é o melhor avançado da Liga Portuguesa e um dos melhores a jogar na Europa, é quase perfeito na recepção e na condução da bola, afinal… o incrível nasceu na Colômbia!
Mónaco - SL Benfica
Há 55 minutos
Um artigo de gala sobre um jogo tambem de gala
Abraço
Obrigado Delantero,
Um grande abraço
Excelente post.
Ao nível do jogo, que por sua vez foi digno de "Premier League".
(Mais) Um GRANDE post do Tiago. E ondem de facto, foi um grande jogo, estive até para escrever meia dúzia de linhas sobre o quanto foi bom assistir a um jogo destes, mas depois deste post perdi a coragem ;)
Abraço