Há muitos anos que defendo a existência das Equipas B, Campeonatos de Reservas (como em Inglaterra) ou Clubes Satélite.


Não tenho preferência, sendo que considero o Campeonato de Reservas uma opção independentemente da questão das Equipas B ou Clubes Satélite.


A opção por estabelecer uma parceria com clubes seria uma excelente opção em qualquer país que não fosse dominado pela corrupção. Ora, como em Portugal isso não acontece, rapidamente esses clubes se tornam veículos de benefício do clube principal, relegando para segundo plano a utilização dos jogadores.


Mas vamos começar pelo princípio:

Campeonato de Reservas»
Inglaterra é um excelente exemplo e Portugal já o teve no passado,
disputava-se, tipicamente, nos campos secundários e seria hoje um campeonato a 30 jornadas (ou perto disso), como o normal e com clubes da Liga Sagres e Vitalis num campeonato só (atendendo à hipotese de poder haver clubes sem condições, vontade ou enquadramento para ter uma equipa de reservas.


» Este campeonato permitiria enquadrar em competição todos os jogadores do plantel, permitindo aos jogadores mais jovens poderem integrar jogos com jogadores mais experientes mas como menos tempo de jogo.


» No Benfica, por exemplo, penso nos benefícios técnicos e de evolução do Nelson Oliveira poder jogar ao lado do Nuno Gomes ou o Lassana com o Airton, etc. etc. etc.


Clubes Satélite ou Equipas B
» Contrariamente ao passado, penso que estes clubes ou equipas B, nestas condições, não poderiam subir à Liga Sagres. No passado isto era verdade mas na 2a Divisão B. Ou seja, jogadores quase todos profissionais (os jovens das equipas B de Benfica, Porto e Sporting)
jogavam em campeonatos não profissionais e não podiam ambicionar sequer a bons resultados.


» Os Clubes Satélite têm a vantagem de ser um enquadramento fora da "concha" do Clube-Mãe. Já as equipas B têm a vantagem de ser 100% controladas fisica e tecnicamente pelo Clube-Mãe.


» Vejo a opção dos Clubes Satélites como mais interessante a nível de futebol português. Muitos clubes apresentam condições financeiras muito deficitárias e receberem equipamento, jogadores, técnicos, apoio financeiro, etc. de clubes de dimensão e com menores dificuldades ou ausência delas... é claramente um balão de oxigénio.


Desta forma, não só se dá dimensão desportiva aos jovens jogadores, como igualmente se potencia o futebol português permitindo a esses clubes incrementar as receitas (melhores equipas » melhores espectáculos) e canalizar isso para outras vertentes do clube, permitindo a sua estabilidade.


Esta opção das equipas B deveria ser algo regulamentado com muito cuidado pela FPF e Liga. Obrigatoriamente, o protocolo deveria ter que ser iniciado com uma equipa num escalão semi-profissional (2a Divisão B) e seria automaticamente extinguido caso essa equipa lograsse a
subida à 1a Divisão.


A um "Clube-Mãe" não deveria ser permitido ter mais que dois clubes satélite e nunca poderiam disputar a mesma divisão.


Esta opção (equipas B e/ou Clubes Satélite) permite não só formar jogadores, como rodar dispensados com dificuldades de colocação, como ainda formar... treinadores e métodos de treino - algo infelizmente muito pouco explorado em Portugal.


Posto isto, no seguimento da conhecida situação financeira do Odivelas FC (apenas um entre muitos clubes nesta situação) e do anunciado protocolo do SLBenfica para ajudar o OFC com 200.000€, gostaria de ver este potencial projecto/protocolo a ir mais longe... a ir muito longe.


O Odivelas deveria/deverá passar a ser um ponto fulcral da estratégia de formação de jogadores e treinadores do SLBenfica, recebendo e colocando os nossos jovens jogadores e treinadores nos seus escalões de formação e mesmo na equipa sénior.


Crónica semanal do blog GeraçãoBenfica para o Futebol "O Desporto rei"